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Industriais temem que portagens possam encerrar têxteis

A introdução de portagens na auto-estrada da Beira Interior (A23) pode levar ao encerramento de algumas empresas do sector têxtil na região, alerta José Robalo. Segundo o presidente da Associação Nacional dos Industriais dos Lanifícios (ANIL), «não se trata de um retrato dramático. Há de facto empresas», num número não contabilizado, «que não vão conseguir sobreviver face aos custos que terão que suportar com as portagens». O dirigente considera que a cobrança de portagens vai influenciar a maioria dos factores de produção das unidades do sector, numa altura «em que as margens de lucro já estão completamente esmagadas. Estão a ser feito autênticos milagres para manter determinadas unidades em funcionamento», refere. Tanto a matéria-prima como os acessórios usados nos diferentes produtos têxteis chegam à região através de transportadores rodoviários, que «naturalmente vão fazer reflectir a introdução de portagens nos seus preços», mas as empresas já não têm margem de negociação no produto final, sublinha. «Basta ver que até a nafta [combustível utilizado para alimentar muitas unidades industriais têxteis da Beira Interior] chega em camiões cisterna oriundos do Porto e nas deslocações para o interior, o preço por quilómetro já é actualmente superior ao praticado no litoral», adianta. «Estamos a falar de mais uma penalização para o interior», acrescenta José Robalo, revelando que a ANIL já escreveu ao ministro das Obras Públicas a dar conta dos prejuízos previsíveis com a introdução de portagens.

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