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Hotel de Turismo quer 4 estrelas

Câmara só avança com obras se SIFTUR apoiar projecto de remodelação

O Hotel de Turismo da Guarda pode vir a ser uma unidade de quatro estrelas. O projecto foi apresentado na última reunião de Câmara, que gere e concessiona o edifício através de uma empresa municipal. Trata-se de remodelar, modernizar e adequar o hotel à nova categoria, uma empreitada orçada em 8,6 milhões de euros. O projecto já teve parecer prévio favorável da Direcção-Geral de Turismo.

«As obras são uma exigência», explica Álvaro Guerreiro, presidente da autarquia, que anunciou ainda a apresentação de uma candidatura ao SIFTUR – Sistema de Incentivos ao Turismo, até dia 15, para concretizar a intervenção. O novo Turismo da Guarda vai ter um “health club”, uma zona de congressos, mais quartos e algumas “suites”. Por outro lado, estão previstas obras de «cosmética» no “hall” e nalgumas áreas da unidade, beneficiada há 10 anos, para além do aumento da zona de estacionamento. No entanto, a sua realização está dependente dos apoios a atribuir pelo SIFTUR. «O investimento só será deliberado pela Câmara quando a candidatura for aprovada, porque não é realizável por parte da sociedade», alertou o edil, que sublinha estar-se ainda numa «fase prévia» de formatação da candidatura. Quem pediu mais explicações foi Crespo de Carvalho. O vereador do PSD estranhou a ausência de um estudo de mercado que sustente a opção da requalificação e duvida que um novo hotel de quatro estrelas seja viável na Guarda, onde já existe um e mais duas unidades de três estrelas.

«Não posso aceitar que os dinheiros públicos sejam esbanjados com critérios pouco sustentados e a ausência completa de uma gestão séria», critica Crespo de Carvalho, que também quer saber quais as implicações que esta mudança poderá implicar na concessão à Predial das Termas de São Pedro do Sul. Sobretudo as indemnizações a pagar pelo tempo de paragem da exploração. «É preocupante a Câmara estar a gastar dinheiro num projecto que não se sabe se é viável, quando a sua capacidade de endividamento está quase esgotada e estamos à beira de eleições», acrescenta. O vereador não esquece que a proprietária do edifício continua a cometer um «conjunto de ilegalidades», nomeadamente em termos de higiene e segurança, defendendo que, para cumprir essa legislação, era necessário fazer um conjunto de investimentos, «que não passam obrigatoriamente pela reformulação que está prevista», lamenta. Em resposta, o presidente prometeu que as dúvidas levantadas serão atendidas no momento próprio, «quando a Câmara decidir ou não pelo investimento».

Luis Martins

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