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Hospital da Misericórdia com «prejuízos significativos»

Em funcionamento desde 18 de Dezembro, unidade recebeu primeiro doente um mês depois

A chegada tardia dos primeiros doentes e o subaproveitamento da capacidade instalada estão a gerar custos acrescidos para o Hospital da Misericórdia da Guarda, aberto desde 18 de Dezembro do ano passado. O alerta foi lançado esta semana, numa altura em que as unidades de Convalescença e de Internamento de Média e Longa Duração da Unidade de Cuidados Continuados Integrados continuam longe de ter as vagas preenchidas.

Até 31de Janeiro, o Hospital da Misericórdia tinha recebido apenas nove doentes: quatro de convalescença, um de média duração e cinco de longa duração, isto quando as várias valências têm capacidade, respectivamente, para 18, 9 e 10 doentes. O primeiro doente chegou no dia 18 de Janeiro, um mês depois da abertura oficial, para a tipologia de Longa Duração, enviado pela Equipa de Coordenação Local (ECL) da Guarda, adiantou a “O Interior” Isabel Bandurra, secretária-geral da Santa Casa da Misericórdia. Dos nove doentes internados na instituição até ao final de Janeiro, sete são oriundos do distrito da Guarda, sendo os restantes dois provenientes do distrito de Coimbra. Reconhecendo que o hospital está vocacionado, essencialmente, para a Convalescença, a responsável diz desconhecer porque «nos foram enviados ainda só quatro doentes desta tipologia», garante. Perante estes números, a Misericórdia guardense alega ter, «obviamente, prejuízos significativos». Tanto mais que a unidade abriu a 18 de Dezembro «com os recursos necessários», mas só recebeu o primeiro doente passado um mês, verificando-se ainda o «subaproveitamento da capacidade instalada, sobretudo, no que respeita a Convalescença», refere Isabel Bandurra.

Recorde-se que a Unidade de Cuidados Continuados Integrados da Guarda foi criada para dar resposta à necessidade de apoio a pacientes no período de convalescença pós-hospitalar e a idosos com necessidade de tratamentos continuados de enfermagem. O edifício dispõe de 37 camas distribuídas pelas três unidades de internamento: Convalescença (para permanência até 30 dias), Média (de 30 a 90 dias) e Longa Duração (superior a 90 dias). Até Abril de 2007, a Misericórdia da Guarda é a única instituição do distrito a prestar este tipo de apoio especializado. Nessa altura será feita uma avaliação da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados e acrescentadas mais entidades, estando previstos novos acordos com as Misericórdias de Gouveia e Trancoso, entre outras possibilidades.

Ricardo Cordeiro

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