P – Pela primeira vez, a GNR e a Guardia Civil organizam ações de sensibilização para estudantes que vão em viagens de finalistas. Quais são os objetivos da iniciativa?
R- As ações, que contam com a participação de elementos da GNR e da Guarda Civil de Espanha, têm como objetivo prevenir a adoção de comportamentos de risco da população estudantil, nomeadamente o tráfico e consumo de droga e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas. As autoridades policiais também tencionam sensibilizar os estudantes para que evitem ser alvo de crimes, alertando para nunca se isolarem e para saírem sempre em grupo, lembrando situações ocorridas no passado e que acabaram em tragédia.
P- Estas sessões são organizadas em colaboração com a Guardia Civil, qual será o papel desta entidade nessas reuniões?
R- Sendo a Guardia Civil uma força de segurança espanhola, com competência territorial no local de destino de férias dos jovens estudantes, tem uma experiência acumulada ao longo dos anos que permite transmitir conselhos úteis daquilo que os estudantes podem fazer e o que devem evitar.
P- Nestas últimas semanas a GNR tem sido abordada por pais e ou estudantes que solicitem informações sobre estas viagens? Que esclarecimentos pedem?
R- Sim, geralmente preocupam-se em saber se existe um acompanhamento e monitorização por parte das autoridades policiais dos dois países relativamente aos locais de férias dos filhos. Os pais incentivam, por outro lado, a que se levem a efeito ações de fiscalização para a deteção de estupefacientes.
P- Quais são os riscos geralmente associados a este tipo de viagens?
R- Além dos excessos cometidos por alguns jovens, existe sempre a possibilidade de serem alvo de crimes (roubo, ofensas à integridade física, crimes sexuais).
P- A GNR e a Guardia Civil podem vir a realizar um patrulhamento misto nos destinos das viagens de finalistas?
R- Foi acordado, há uns anos, entre os Governos de Portugal e Espanha o lançamento patrulhas conjuntas das forças de segurança dos dois países. Esta medida tem como objetivo assegurar um serviço policial de proximidade, no seu próprio idioma, aos nacionais espanhóis e portugueses durante o período de férias. É uma questão que cabe ao Comando Superior da GNR e da Guardia Civil porem em prática como já aconteceu noutras ocasiões. Lembro que já este ano a GNR deslocou-se até Ciudad Rodrigo por ocasião do Carnaval e mais recentemente a Guardia Civil esteve em Barca d’Alva (Figueira de Castelo Rodrigo) na “Festa da Amendoeira”.
P- No próximo fim-de-semana as autoridades vão estar em Vila Formoso. Quantos meios vão estar envolvidos e qual é o principal foco da operação?
R- Os autocarros com estudantes a caminho das férias em Espanha vão ser parados e os militares da GNR e Guardia Civil, com ajuda de cães, vão proceder a ações de revista das bagagens. Entre os dias 20 e 22 de março estão previstos o empenhamento de 100 militares dos dois países com ajudas de cães detetores de droga nessas operações.
P- Nos últimos anos, nestas operações na fronteira, quais foram as principais situações encontradas?
R- Essencialmente estupefacientes. Existe um número reduzido de jovens que, apesar dos conselhos e alertas, teimam em transportar drogas mesmo sabendo das ações de fiscalização nas fronteiras.
P- Qual foi a situação mais inesperada e ou caricata com que foi confrontado nestas operações?
R- Existem várias, desde o local que utilizam para ocultar os estupefacientes e são os mais inimagináveis possíveis, até ao facto dos jovens que são controlados com droga serem impedidos de continuar viagem, o que lhes causa uma grande frustração, já que muitos deles esperam anos por esta viagem.
Perfil:
Idade: 46 anos
Profissão: Tenente-coronel da GNR
Naturalidade: Sabugal
Currículo: 2º Comandante distrital da GNR
Livro favorito: “O Principezinho”
Filme favorito: “Era uma vez na América”
Hobbies: Praticar desporto
