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Guarda registou 14 incêndios só no domingo

Distrito acompanha tendência de aumento de fogos florestais nos primeiros dias de Agosto

À semelhança do que sucedeu a nível nacional, também o distrito da Guarda registou um aumento do número de incêndios nos primeiros dias deste mês, especialmente no último fim-de-semana e passada segunda-feira. Só no domingo, o dia com maior número de incêndios desde 2003 a nível nacional, o Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil registou 546 incêndios florestais ou em zonas de mato, 14 dos quais no distrito da Guarda.

António Fonseca, comandante distrital de operações de socorro, frisou que o distrito da Guarda acompanhou a tendência nacional, tendo havido um «acréscimo de incêndios nos últimos dias», reconhece. O «pico» deste aumento verificou-se no passado fim-de-semana e segunda-feira, sendo que só no domingo, dia em que se fez sentir muito calor, o Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) da Guarda registou 14 incêndios. No entanto, não se pode falar de um incremento em grande escala, considera, até porque «já houve anos em que tivemos muito mais incêndios», frisa. Questionado sobre a eventualidade de Agosto vir a ser mais complicado em termos de incêndios florestais do que o mês de Julho, António Fonseca prefere não fazer futurologia: «Não posso fazer esse prognóstico. As previsões metereológicas a médio e longo prazo são falíveis, portanto não posso fazer previsões», realça. Contudo, no final da tarde da última segunda-feira, estavam activos no distrito da Guarda, mas circunscritos, três incêndios: um em Porto da Ovelha, concelho de Almeida, com 96 bombeiros e 27 viaturas, outro em Vasco Esteves de Baixo, concelho de Seia, em zona do Parque Natural da Serra da Estrela, com 53 bombeiros, três viaturas e três meios aéreos, e outro em Ponte Nova, concelho de Fornos de Algodres, envolvendo 32 bombeiros, oito viaturas e um meio aéreo. Também neste concelho, na localidade de Matança, deflagrou um incêndio já na terça-feira. Ainda no concelho de Fornos, no final da tarde do mesmo dia, 58 bombeiros com 15 viaturas combatiam um incêndio em mato na freguesia de Vila Chã.

Já a nível nacional, o número de incêndios duplicou de Julho para Agosto, afirmou na última segunda-feira o Comandante Operacional do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil (SNBPC). Gil Martins, em declarações à Agência Lusa, apelou à população portuguesa para que ajude a prevenir os incêndios, tendo em conta que 98 por cento das ocorrências são de origem humana, quer intencional, quer por negligência. Segundo aquele responsável, não é só por causa do aumento do calor que se verifica um acréscimo de incêndios entre Julho e Agosto, mas também devido ao comportamento dos cidadãos. «É necessário o empenhamento de todos os 10 milhões de portugueses para defender a floresta, evitando comportamentos de risco», afirmou. Entretanto, as previsões de elevadas temperaturas previstas para todo o país durante esta semana levaram o Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil a prolongar o alerta laranja até às 21 horas de amanhã. Em comunicado, o SNBPC referiu que este nível de alerta, o segundo mais elevado, vai estender-se até amanhã, quando estava inicialmente previsto terminar na noite da última terça-feira. O alerta laranja pressupõe o reforço da vigilância, detecção e ataque inicial de todo o dispositivo, a continuação do estado de Alerta Especial para os corpos de bombeiros, a passagem do estado de prontidão das Forças Armadas para a fase Vermelha e um reforço da vigilância aérea armada.

Ricardo Cordeiro

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