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Guarda e Gouveia com água mais cara em 2014

O metro cúbico de água vai custar mais aos guardenses e gouveenses em 2014, enquanto Sabugal e Pinhel devem manter os preços praticados desde 2012. Na Covilhã e Fundão ainda não são conhecidos os novos tarifários.

A água já vai “pesar” mais nas contas dos guardenses no fim do mês de janeiro. No consumo doméstico, as tarifas sofreram aumentos entre dois e quatro por cento em relação a 2013, mas o aumento é generalizado e estende-se à própria Câmara, Estado e entidades públicas, sendo neste caso equivalente ao aumento mínimo nos escalões domésticos (dois por cento), com o metro cúbico a custar agora cerca de um euro e 35 cêntimos. O mesmo acontece com o comércio e a indústria, que pagam, num escalão único, tanto como os consumidores domésticos do escalão mais baixo.

Para consumos domésticos até cinco metros cúbicos mensais, o custo situa-se nos 80 cêntimos e, entre os seis e 15 metros cúbicos, o metro cúbico chega a custar quase um euro e 40 cêntimos, o que representa um aumento de dois por cento face ao último ano em ambos os casos. Por seu lado, nos gastos mensais entre os 16 e 25 metros cúbicos, bem como superiores, o acréscimo é de quatro por cento, passando o metro cúbico a valer três euros e 25 cêntimos e três euros e 82 cêntimos, respetivamente. Contactado por O INTERIOR, José Igreja, eleito da oposição, mostra-se desagradado com a situação. «Foi à reunião de Câmara há cerca de um mês e opusemo-nos a esse aumento», frisou o candidato do PS nas últimas eleições autárquicas.

José Igreja “estranha” as disparidades encontradas a nível nacional, onde os concelhos que têm mais água até chegam a pagar mais pelo metro cúbico: «É isso que acontece na Guarda, com a justificação de que há menos gente por quem distribuir», critica, reiterando que «já está num preço alto e não se justifica mais aumentos». Ainda assim, o socialista alerta que este é um problema extensível a outros concelhos da região e que «terá de ser feita alguma coisa pelo Governo, pois é uma questão nacional e não local», vincou o advogado.

Também Gouveia apresenta taxas mais caras no novo ano, com aumentos de três por cento em todas as freguesias – à exceção de Vila Nova de Tazem. Nesta última, os aumentos vão desde os quatro aos 14 por cento, sendo que, apesar deste acréscimo, os moradores daquela freguesia continuam a pagar menos do que as restantes. Os maiores aumentos verificados na freguesia acontecem nos valores cobrados às entidades públicas, que pagam agora 92 cêntimos por metro cúbico até aos 50 metros cúbicos mensais, enquanto consumos superiores passam a custar um euro e 54 cêntimos por metro cúbico.

Água mais cara na Guarda do que na Covilhã

Por sua vez, na Covilhã, onde o abastecimento de água está a cargo da empresa Municipal Águas da Covilhã, o novo tarifário ainda não foi decidido, pelo que os covilhanenses continuam a pagar, pelo menos por enquanto, o mesmo que em 2013. Os escalões para os consumos domésticos são diferentes dos aplicados na Guarda, mas o custo é, regra geral, mais barato. Deste modo, quem gaste cinco ou menos metros cúbicos por mês paga 39 cêntimos por metro cúbico, sendo os valores seguintes um euro e oito cêntimos (de seis a 10 metros cúbicos), um euro e 73 cêntimos (de 11 a 15 metros cúbicos) e dois euros e 12 cêntimos (mais de 15). Caso se considere um consumo mensal de 26 metros cúbicos, um guardense vai pagar cerca de três euros e 82 cêntimos por metro cúbico, mais 80 por cento do que um residente do concelho da Covilhã.

Também no Fundão, onde a água é concessionada à empresa Aquafundalia, não são conhecidas as tabelas para o ano corrente mas, se atendermos aos valores praticados ao longo dos últimos 12 meses, a água foi mais cara neste concelho do que na Guarda, tendo em conta os valores aplicados no mesmo período, nos consumos de três a seis metros cúbicos mensais, de nove a 15 metros cúbicos e acima dos 25 metros cúbicos. Já no concelho do Sabugal os tarifários relativos às tarifas de água não mudam desde 2012, situação que se vai manter este ano, assim como em Pinhel onde, a haver alterações, deverão acontecer apenas nos tarifários especiais. Não obstante, na cidade falcão os valores finais ainda não foram divulgados. O INTERIOR contactou a Câmara da Guarda e Rui Ventura, presidente da Câmara de Pinhel, mas não obteve qualquer comentário até à data de fecho desta edição. Foram também solicitados os tarifários relativos ao abastecimento de água aos municípios de Figueira de Castelo Rodrigo e Seia, bem como a empresa Águas da Teja, concessionária em Trancoso, mas estes não foram enviados em tempo útil.

Sara Quelhas A água é de “todos”, mas não custa o mesmo aos consumidores

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