Assumindo-se como um «homem que gosta de jornais e que não sabe viver sem eles, o ministro da Presidência, Nuno Morais Sarmento presidiu à abertura dos trabalhos do Dia Nacional da Imprensa, promovido pela Associação Portuguesa de Imprensa (AIND) durante a última sexta-feira e sábado no Centro de Congressos do Estoril, onde “O Interior” esteve representado. O governante sublinhou que «exigir mais da regulação dos media significa exigir mais aos profissionais deste sector», frisando que o Governo tem a preocupação de querer «menos intervenção e mais regulação» nesta área. Morais Sarmento lembrou que o Executivo está a trabalhar numa nova revisão da Lei de Imprensa, que «se inclui no esforço de regulação do sector», e que se verificará também com a instalação de um novo órgão regulador, que deverá entrar em funções ainda este ano. De resto, esta é uma decisão «difícil e menos consensual», em que o Governo não tem a «pretensão de encontrar uma solução perfeita», nem se lançar «sozinho sem outros parceiros», sublinhou. A intervenção do Ministro levou a que muitos dos presentes vissem no discurso de Morais Sarmento uma subtil vontade de ferir a liberdade de expressão na comunicação social. Talvez por isso Francisco Pinto Balsemão, presidente do grupo Impresa e do Conselho Europeu de Editores, falou da sua «crença na auto-regulação» que apesar de não ser milagrosa, «é um caminho maduro, indispensável e democrático», destacou. Balsemão mostrou-se preocupado com a «excessiva intervenção política a nível europeu» que acaba por influenciar a «actividade dos profissionais». Assim, esta «fúria regulamentadora europeia», de que Portugal insiste em «seguir», «incide especialmente sobre a comunicação social», tratando-a «como se fosse um menino que nunca cresce e precisasse sempre de um tutor», considerando mesmo que não vê razões para extinguir a Alta Autoridade para a Comunicação Social. Por último, o empresário realçou que «não gostaria que o actual Governo ficasse lembrado como o Governo do condicionamento editorial». Já Rui Ramos Pereira, da Pubmagazine, sublinhou que a imprensa regional «é mais lida que a nacional» e que a grande maioria da publicidade é feita na televisão, quando todos os estudos referem que a capacidade de passar a mensagem é igualmente muito forte na imprensa.