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Governo empenhado em fixar médicos no interior

Secretário de Estado da Saúde quer alargar capacidades formativas dos hospitais e centros de saúde da região

O Ministério da Saúde pretende alargar as capacidades formativas dos hospitais e dos centros de saúde da região para fixar os jovens licenciados em Medicina no interior. Em visita à Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior (UBI), o secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, Adão e Silva, adiantou que vai propor à Ordem dos Médicos uma reunião «em breve» com o ministério, o presidente do Conselho dos Internatos Médicos, o reitor da UBI, os directores do CHCB, do Hospital Amato Lusitano, do Hospital Sousa Martins e o director da Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro para que sejam criadas «mais capacidades formativas» nas unidades de saúde da Beira Interior. O objectivo é que estas unidades consigam «cativar» os jovens licenciados que após a formação universitária têm que fazer um internato geral (de dois anos) e a especialidade (de 3 a 6 anos).

Isto «não pode continuar assim», adianta Adão e Silva, que pretende reforçar as capacidades formativas para «inverter» a «situação preocupante» que se vive actualmente nas unidades de saúde do país: «Muitos médicos em Lisboa, Porto e Coimbra e poucos no interior do país», constata. Para o governante, «não faltam médicos» naqueles hospitais do litoral, pois os jovens completam lá o ciclo de formação: licenciatura, internato geral e internato complementar. «O que queremos é que este ciclo fique fechado também aqui», sublinha, e assim evitar a «perda de recursos humanos que já tínhamos assegurado para esta região» com a criação da Faculdade de Ciências da Saúde. «Não nos podemos desleixar e ser perdulários ao ponto de não prepararmos as capacidades formativas nos hospitais e nos centros de saúde para que o jovem complete aqui o seu ciclo de formação médica», defende o secretário de Estado, ainda para mais quando cerca de 80 por cento dos estudantes de Medicina da UBI são de outras zona do país. Por isso, «é importante» para o governante alargar «da forma mais abrangente possível» as capacidades formativas às diversas áreas da saúde, como pediatria, anestesiologia, ortopedia ou obstetrícia. É que até agora o CHCB apenas possui quatro capacidades formativas e em medicina interna, à qual só podem aceder quatro jovens licenciados. Já os hospitais da Guarda e Castelo Branco possuem mais capacidades que o CHCB. Para Miguel Castelo Branco, presidente do Conselho de Administração do CHCB, é «fundamental» que a Ordem dos Médicos permita este alargamento até porque os hospitais da região têm uma evolução em recursos humanos e de especialidades «que permite que elas sejam concedidas».

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