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Governo abre inquérito ao incêndio de São Pedro do Sul

O primeiro-ministro anunciou hoje a abertura de um inquérito para apurar o que correu mal com o início do combate ao incêndio em São Pedro do Sul, na sequência das críticas do presidente da câmara local.

O anúncio foi feito por António Costa no final de uma reunião no quartel dos Bombeiros de Arouca com presidentes de câmara de municípios dos distritos de Aveiro e Viseu que foram mais atingidos pelos incêndios na última semana. «O presidente da Câmara de São Pedro do Sul colocou uma questão que felizmente não tinha sido levantada ainda até agora e a ministra da Administração Interna abriu um inquérito, tendo em vista o esclarecimento do que ocorreu com o início do combate ao incêndio em São Pedro do Sul», disse António Costa.

O primeiro-ministro vincou que, até agora, só houve «uma queixa fundamentada e sustentada», adiantando que todos os autarcas presentes na reunião mostraram «grande satisfação pela forma ordenada, coordenada e efetiva como foram ativados os meios de resposta». «A exceção, até agora, felizmente é só o caso de São Pedro do Sul e tem de ser feito o inquérito para apurar o que aconteceu», referiu.

António Costa sublinhou ainda que o país viveu uma «situação extraordinária» ao longo da última semana, «com grande concentração de incêndios» e «uma grande simultaneidade em pontos diversos do pais», o que implicou «levar o dispositivo ao limite dos limites da sua capacidade de resposta».

No sábado, o presidente da Câmara de São Pedro do Sul lamentou a falta de meios para combater as chamas. «O fogo já aqui anda desde segunda-feira [dia 8]. Tínhamos uma frente quase com 16 quilómetros e apenas cerca de 30 ou 40 voluntários para combater todo este fogo. Nunca tivemos apoio das entidades oficiais. O fogo foi progredindo e atingimos um ponto em que a situação foi catastrófica», disse o autarca.

A reunião, que contou com a presença dos ministros da Administração Interna e da Agricultura, serviu para fazer um levantamento dos prejuízos causados pelos incêndios e dos mecanismos existentes para apoio à reposição das produções. António Costa frisou que a prioridade agora é «repor a economia destes concelhos a funcionar e em particular dos agricultores» e pensar no reordenamento da floresta, de forma a prevenir que situações destas venham a ocorrer no futuro.

Para o chefe do Executivo, é preciso «reforçar os poderes dos municípios e pôr termo à liberalização da forma como têm sido feitos os plantios» para existir uma floresta «mais ordenada, mais sustentável, certificada e que permita ser uma fonte de valorização do território, de rendimento, que contribua para o crescimento da economia e não volte a ser uma ameaça às populações, aos seus bens e à segurança».

Após a reunião, António Costa foi visitar as áreas ardidas no monte da Senhora da Mó, em Arouca, e seguiu viagem em direção a Viana do Castelo, onde vai reunir-se com os autarcas daquele distrito também afetados pelos incêndios.

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