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Goleada servida em dia de nevoeiro

Guarda FC bateu Guarda Unida por 8-1 num jogo que nem os próprios atletas conseguiram ver na totalidade

O Guarda Futebol Clube humilhou o Guarda Unida na última jornada da primeira volta da série A da IIª Divisão Distrital. Os 90 minutos da partida, cujo resultado final foi de 8-1, foram disputados debaixo de nevoeiro. Contudo, se na primeira parte ainda se conseguiu ver todo o campo, na segunda essa tarefa foi impossível, mas mesmo assim Marco Bernardo entendeu que estavam reunidas condições para o jogo ir até ao fim.

Perante cerca de 30 adeptos, o primeiro golo surgiu logo no terceiro minuto do encontro. Lançado em profundidade, Tom passou como quis por um defensor contrário e atirou rasteiro para o fundo das redes. Quase sempre no comando das operações, o Guarda FC desperdiçou uma boa ocasião para aumentar a vantagem aos 14’, quando Nelo fez um “chapéu” a Leal, valendo o corte de Edgar em cima da linha. Com muitos passes errados de parte a parte, o Guarda Unida criou a primeira jogada de algum perigo aos 32’, mas João, com espaço, cabeceou muito por cima. Até que, aos 40’, Stéfan descobriu novamente Tom, que voltou a furar a barreira defensiva contrária para fazer o segundo isolado. A resposta do Guarda Unida não se fez esperar e, no minuto seguinte, Tiago, à entrada da área, desferiu um forte remate que não deu hipóteses a Paulinho. Já nos minutos finais da primeira parte, o nevoeiro tornou-se ainda mais denso, mas a partida reiniciou-se à hora prevista para ser interrompida passado cinco minutos.

Volvidos 10 minutos, e com a iluminação já ligada, o jogo reatou-se, mas era impossível ver a toda a largura do campo e de baliza a baliza ainda pior. No entanto, apesar de alertado várias vezes pelo assistente do lado dos bancos de que não tinha visibilidade, Marco Bernardo insistiu, incompreensivelmente, em prosseguir a partida. E os golos começaram a surgir em catadupa no meio do nevoeiro. Se no terceiro e quarto ainda vimos os atletas prepararem o remate, mas não a bola a entrar, a partir daí foi mesmo impossível ver os restantes. O mais caricato é que só se sabia que tinha havido alterações no marcador quando os jogadores gritavam golo e regressavam ao seu meio-campo. No final, Paulo Barra ficou agradado com a segunda parte «muito boa» dos seus atletas e sublinhou que o árbitro «é soberano» na decisão de levar o jogo até ao fim, lamentando a atitude dos adversários no termo do encontro: «Ouvi responsáveis do Guarda Unida dizerem que estava bom e que podíamos continuar quando o árbitro interrompeu. Fiquei um bocado surpreendido quando no final disseram que isto não era nada e que era uma vergonha», disse.

Confrontado com estas declarações, António Pissarra, presidente do Guarda Unida, respondeu assim: «É mentira. Qualquer pessoa viu que não havia condições e obviamente que essa situação favoreceu quem estava a ganhar», declarou.

Ricardo Cordeiro

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