A Câmara da Guarda ainda não tem solução para a requalificação do Hotel Turismo. Na reunião do executivo de terça-feira, após solicitação de Ana Manso, Joaquim Valente revelou que o concurso e a consulta pública promovidos pela autarquia não resultaram. «Os valores apresentados pelos potenciais candidatos ficaram muito aquém das nossas expectativas», adiantou o presidente do município, acrescentando estar já a ser estudada outra solução.
«Trata-se de continuar a actividade neste ramo da hotelaria, mas com uma nova valência para a qual estamos actualmente em negociações com um instituto público», referiu, escusando-se a revelar mais pormenores por enquanto. O edil confirmou apenas que a candidatura ao PROVERE se mantém. Já na ordem do dia, o executivo aprovou a alienação de mais três lotes da Plataforma Logística de Iniciativa Empresarial (PLIE) à Higiguarda e Nobre e Marques, duas empresas que já laboram na Guarda, pelo preço de 15 euros o metro quadrado. «Temos muitos outros investidores elencados. O que está para trás no processo da PLIE não conta, o que interessa é que nada se perdeu e os empresários estão determinados a desenvolverem os seus negócios na plataforma logística», declarou Joaquim Valente. Neste caso, são empresas que «querem modernizar-se para aumentar a produção». Quanto ao futuro da sociedade PLIE – que o vereador José Gomes, retomando a designação usada por O INTERIOR após o fracasso do aumento de capital, sugeriu passar a chamar-se «PLIM – Plataforma Logística de Iniciativa Municipal» –, o autarca, que também preside ao Conselho de Administração, espera que a próxima Assembleia-Geral esclareça a questão. A reunião dos accionistas vai acontecer «ainda este mês», disse.
A unanimidade do executivo voltou a manifestar-se na aprovação do relatório e contas de 2008 da Culturguada. A empresa municipal que gere o TMG terminou o ano com um resultado líquido negativo de 5.782 euros e manteve praticamente os custos e os proveitos comparativamente a 2007. «Houve pequenos aumentos de sete por cento dos custos e de 2,4 por cento dos proveitos. A nossa preocupação era garantir a sustentabilidade financeira deste equipamento sem diminuir a qualidade da programação, penso que o conseguimos», afirmou Virgílio Bento. O vereador com o pelouro da Cultura justificou o crescimento dos custos com as encomendas de produções por parte da Câmara e de outras instituições. «Conclui-se que a Culturguarda tem solidez e sustentabilidade financeira, mas também que é necessário diversificar as fontes de financiamento», reiterou, reclamando um «apoio explícito» do Ministério da Cultura. «A situação actual é um pouco contraditória, pois um equipamento cultural português é financiado pela Junta de Castela e Leão e não tem qualquer apoio da tutela», considerou.
Já a aprovação por unanimidade dos documentos significa «o reconhecimento por parte dos vereadores do PSD da excelente gestão da Culturguarda e que este é o caminho certo, mas é também um voto de confiança na gestão», reagiu Virgílio Bento. Por sua vez, Ana Manso justificou a votação com o facto de ter havido «um esforço de maior rigor» na condução da empresa municipal. «Mas continuamos a considerar que a Câmara não pode continuar eternamente a ser o único financiador da Culturguarda e, ainda por cima, o principal destinatário dos serviços prestados pelo TMG. Em muitos casos, a autarquia paga duas vezes o mesmo espectáculo», apontou a vereadora social-democrata.
Luto municipal por morte de presidente de Junta
O falecimento, na semana passada, do presidente da Junta de Monte Margarida levou o executivo a deliberar decretar o luto municipal por Américo Borges. Nesta sessão foi ainda aprovado um protocolo de cooperação entre o município e a empresa Generación Eolica, que pretende instalar torres de medição de vento nas freguesias de Famalicão, Fernão Joanes, Valhelhas e Videmonte. O executivo tomou ainda conhecimento da futura instalação de um Loja do Cidadão de segunda geração no centro comercial Vivaci.
Luis Martins