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Flores comestíveis à mesa

ADM Estrela serviu um banquete de petiscos florais no café-concerto do TMG

Primeiro, provaram-se uns aperitivos feitos com flores, como doces de cenoura e canela com prímolas, depois seguiram-se as sandes de paté de delícias do mar com amores perfeitos ou uma salada mista com pétalas de rosa, amores perfeitos e prímolas. Para sobremesa, orquídeas com cobertura de chocolate ou bolo de chocolate e pimenta com begónias. Tudo isto foi acompanhado por sumo de abacaxi com casca de limão com prímolas ou hortelã-pimenta, entre outras iguarias decoradas e confeccionadas com flores comestíveis. Foi esta a ementa de petiscos florais servida pela ADM Estrela – Associação de Desenvolvimento e Melhoramentos no café-concerto do Teatro Municipal da Guarda (TMG), na passada quinta-feira. No final pouco restou do banquete.

Rosas, begónias, camomila, dália, gerânio, magnólia, margarida, tulipa, violeta, entre outras espécies tidas normalmente como ornamentais, têm o seu lugar à mesa garantido enquanto ingredientes para inúmeras receitas culinárias. Em Portugal, a inclusão de flores nos pratos ainda tem pouca tradição, mas já começa a ser um alimento da moda. «No início há uma certa dúvida, mas depois de se saborear, é uma grande revolução», descreve José Gomes, presidente do Conselho de Administração da ADM Estrela, após ter provado os petiscos. «É como se a beleza das flores, como nós as vemos e cheiramos, tivesse passado para o sabor», acrescenta. Ou seja, «é a mesma coisa que quando, há muitos anos, se introduziu a alface nas sandes», compara. No final da prova, José Gomes elegeu as sandes de paté de delícias do mar com amores perfeitos e Dendrobium (orquídeas) com cobertura de chocolate como os melhores pratos. Mas houve mais, também deliciosos e inovadores, como o puré de maçã, canela e casca de limão com prímolas, salada mista com pétalas de rosa, amores perfeitos e prímolas, rodelas de tomate e queijo fresco com begónias e prímolas ou tarte de frutos de bosque com begónias, entre outros.

Esta ideia surgiu no âmbito de uma acção de formação de “Hortofloricultura”, enquadrada no Programa “Constelação”, desenvolvida pela instituição ao longo do ano com pessoas com necessidades especiais, nomeadamente, deficiência. Como recompensa, o “chefe” Rui Rodrigues, com experiência na “Arte Floral”, juntamente com os 10 formados, oriundos do concelho da Guarda e Celorico da Beira, prepararam uma ementa inovadora para deleite de todos. «Colocou-se um final brilhante num ano de grande esforço, mas também de muitos benefícios no crescimento pessoal e profissional de cada um deles», acredita o dirigente. Por outro lado, a iniciativa permitiu que «as pessoas tomassem conhecimento na hora de distinguir flores comestíveis, flores semi-venenosas e venenosas».

Patrícia Correia

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