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Figueira recupera pombais tradicionais

Autarquia apoia arranjos com subsídio de 500 euros para ajudar a preservar o património rural de Riba-Côa

Para retocar o quadro da paisagem característica de Riba-Côa, a Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo vai apoiar a recuperação dos seus pombais tradicionais. São 500 euros para cada construção degradada, sendo prioritárias as que, actualmente, tenham pombas ou cujos proprietários se comprometam, «por sua honra», a promover a sua introdução.

«Depois do incentivo ao cultivo de amendoeiras, esta é a peça que faltava para requalificarmos a nossa paisagem rural e para o desenvolvimento do turismo, nomeadamente o ecoturismo», adianta António Edmundo. De resto, o autarca figueirense lembra que o município atrai muitos visitantes por altura das amendoeiras em flor, época que começa daqui a poucas semanas. Até lá, a autarquia está disponível a subsidiar as obras em 50 pombais dos 403 inventariados pela Associação de Proprietários de Pombais do Nordeste (POLOMBAR). «Este apoio destina-se a incentivar os proprietários a recuperar estes verdadeiros ex-libris da região, que, além de enriquecerem as nossas paisagens, também são importantes do ponto de vista faunístico», acrescenta.

É que com as pombas bravas espera-se também que regressem ao concelho as águias de Bonelli, outro motivo de atracção em Figueira de Castelo Rodrigo. Tanto assim que a autarquia pretende promover algumas plantações de trigo, cevada e aveia para as pombas, juntamente com associações de defesa da Natureza ou de caçadores. Segundo o estudo da POLOMBAR, a maioria dos pombais existentes no concelho data da primeira metade do século XX, tendo surgido com a intensificação agrícola, nomeadamente o plantio de vinha, olival e amendoal. Contudo, a associação refere alguns exemplares «muito antigos». Na região, os pombais cumpriam várias funções, como a produção de carne (borrachos e pombos) e de estrume para fertilizar as terras. Em termos simbólicos, representavam o poder e a riqueza. Para António Monteiro, biólogo e técnico do Parque Natural do Douro Internacional (PNDI), esta iniciativa é «inédita e bastante positiva para a preservação do património rural desta região».

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