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Festival Y expande-se

Guarda e Fundão integram este ano roteiro de evento dedicado às artes performativas

Um programa diversificado e novas formas de ver a arte são a aposta do “Y 04 – Festival Internacional de Artes Performativas”, que também se realiza este ano na Guarda e Fundão, para além da Covilhã e Castelo Branco. A quarta edição do certame, organizado pela “Quarta Parede”, consegue assim «unir culturalmente» as quatro principais cidades da região e, ao mesmo tempo, possibilitar um «novo espaço» para encarar de outra forma «o texto, movimento e imagem», realça Rui Sena, director artístico da companhia covilhanense.

O cruzamento das artes contemporâneas será uma constante entre 6 e 31 de Outubro, com performances, teatro visual e de objectos, dança, multimédia, cinema, música, espectáculos de novo circo, debates, ateliers e uma exposição. Estão programados cerca de duas dezenas de espectáculos de Portugal, Espanha, Itália e França. O Y inicia-se na Covilhã, mas no auditório do Teatro das Beiras, uma mudança justificada pelo facto dos espectáculos «não se adequarem» ao Teatro-Cine, para além daquele espaço ser «incómodo e penalizador» para o espectador, explica Rui Sena. A redução de custos é outro motivo, pois a companhia teria que alugar o equipamento para os espectáculos – à semelhança de edições anteriores –, uma vez que a sala nobre da cidade não tem. A juntar a isto está ainda a falta de apoio da autarquia covilhanense, que também não cumpriu o acordado no ano passado. Problemas à parte, o evento arranca com “Lar Doce Lar”, da Quarta Parede, a 6 de Outubro (repetindo-se a 8 e 12). No dia seguinte é a vez de Kubik musicar ao vivo o filme “Un Chien Andalou”, de Luís Buñuel.

Seguem-se o filme “Os Utensílios do Amor”, de Telmo Martins (8); “Mecanoid”, do francês Pierre Bastien (9); as performances “Homem-Legenda”, pela “Barba Azul” (10), e “Miguel Bonneville #1” (11). No dia 13 está em cena o espectáculo de dança “Coup d’État”, por Francisco Camacho, e, a 14, é a vez do francês Patrick Murys apresentar o seu teatro visual “Paisagem em Trânsito”. O festival regressa à Covilhã no dia 21 com um debate com Stefano Casi, director artístico do Teatri di Vita de Bolonha (Itália), sobre “O Espaço do Espectador: conversa sobre a formação do espectador”. Já o TMG, na Guarda, recebe as performances “El Caso del Espectador”, de Maria Jerez (dia 14); o espectáculo de novo circo – uma novidade no Y – “Peut-Être”, pela companhia francesa “O Último Momento” (19); e a performance “Dueto”, de Filipa Francisco & Idoia Zabatela (27). Para o edifício da Moagem, no Fundão, estão programadas as performances “Philatelie”, pela “Mala Voadora” (14); “Daisy Planet”, por Olga Mesa (21); e “Mi Madre y Yo”, de Sónia Gómez (28).

Este espaço acolherá ainda dois ateliers e a exposição “Candeeiros de Emoções” (18 a 27), organizada pelo Centro Cultural de Belém. O Y termina em Castelo Branco com a exibição de “Lar Doce Lar”, a 30 e 31 de Outubro. Entretanto, e ainda no âmbito do festival, realiza-se a 18 e 19 de Novembro o atelier “conTApetes”, no auditório do Teatro das Beiras, por Luís Correia Carmelo e Nuno Coelho, da “Trimagisto”.

Liliana Correia

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