O festival literário “Diáspora” começa amanhã, em Belmonte, com o debate que se impõe após os recentes atentados em Paris.
Na igreja matriz da vila, a partir das 21h30, o politólogo Jaime Nogueira Pinto, o ensaísta Pedro Mexia e o jornalista Nuno Tiago Pinto vão falar sobre o terrorismo à escala mundial, o extremismo religioso, os conflitos, as mistificações e a segregação. «Em nome de Deus, cometeram-se os maiores genocídios e criam-se as maiores mentiras. Se as principais religiões afirmam que Deus é Paz, porque permanecem vivas as tensões inter-religiosas? De Fátima ao Médio Oriente, como tomou a política conta da religião?», adianta a organização. O debate será moderado pelo padre Carlos Lourenço. A segunda edição do “Diáspora” – Festival Literário de Belmonte decorre até domingo e vai juntar autores de diferentes gerações e nacionalidades. Entre os convidados estão nomes como Mário Cláudio, Inês Pedrosa ou Jaime Nogueira Pinto, aos quais se juntam autores de gerações mais novas, como Afonso Cruz, Jorge Serafim e Nuno Tiago Pinto, entre outros, e ainda os brasileiros Andréa Zamorano e João Paulo Cuenca, assim como a ex-ministra da Cultura Gabriela Canavilhas ou Pedro Mexia.
Durante três dias, estes autores vão dinamizar várias mesas de debate e conferências, sendo ainda inauguradas exposições em espaços vinculados à história da cidade. «É um elenco de luxo» que traduz «a aposta clara» da autarquia na área da cultura, ao mesmo tempo que também reflete a «ligação profunda e muito particular» entre o concelho berço de Pedro Álvares Cabral e o Brasil, afirmou António Dias Rocha, presidente do município. Numa localidade com estreita ligação ao Brasil e ao judaísmo, o Diáspora 2015 proporcionará «uma oportunidade de discutir as fronteiras entre espaços que falam a mesma língua, e o livro e a religião como forma de criar ou quebrar fronteiras políticas e espirituais», adianta a organização, a cargo da autarquia com edição executiva da empresa Booktailors.
