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Festival de Teatro da Covilhã arranca domingo

Teatro das Beiras celebra dez anos de profissionalização e 30 de actividade

Apesar de algumas limitações orçamentais, o Teatro das Beiras volta a realizar, entre domingo e 20 de Novembro, o Festival de Teatro da Covilhã, «um dos mais antigos em Portugal», como destaca o director da companhia, Fernando Sena. No dia em que completa dez anos de companhia profissional de teatro e 30 de existência, cabe ao grupo anfitrião inaugurar o palco da sede com a nova peça “Crónicas”, de Eduardo de Filippo.

A peça, encenada e adaptada por José Carretas, está em cena pelas 17 horas de domingo e é composta por quatro “sketches” baseados nos textos “O Papel de Hamlet”, “Amizade”, “A Farmácia de Serviço” e “Sofrimento à Porta Fechada”, que dão o mote às “mil e uma personagens” encarnadas por cinco actores. “Crónicas” será ainda representada em Idanha-a-Nova e a Proença-a-Nova a 10 e 19 deste mês. Seguem-se Filipe Crawford, com “As desventuras de Isabella”; Trigo Limpo – Teatro Acert e “Olá Classe Média” e o Teatro da Rainha com a peça “O Fim do Princípio”. A companhia madrilena Yllana regressa este ano ao festival covilhanense para apresentar a comédia “Olimplaff”. Dora Bernardo e Pedro Oliveira são os actores que se seguem no programa em “Fui às Compras”, antes de “Ibéria – A Louca História de uma Península”, pelo Peripécia Teatro. Para além destes espectáculos, o Teatro das Beiras volta a dar destaque à «sensibilização de novos públicos» com as produções para a infância. Uma área a que a companhia tem dado particular atenção nos últimos anos e que nesta edição vai contar com a participação dos grupos Projecto Papelão, O Nariz, Jangada Teatro e Teatro Regional da Serra do Montemuro, sendo esperadas cerca de 900 crianças para estes espectáculos.

“Histórias que tu me contaste que te conto eu”, do Projecto Papelão, é a primeira peça para a infância em cena na terça-feira no auditório do Teatro das Beiras. Esta produção foi pensada para crianças dos 7 aos 12 anos, mas também é destinada a um público mais vasto. Mas o destaque desta secção vai para o Teatro Regional da Serra do Montemuro que estreia dia 17 “Frágua das Fábulas”, de Peter Cann e Steve Jonhstone. Segundo Fernando Sena, tal só é possível devido à «cumplicidade» existente entre as duas companhias. O Festival de Teatro tem ainda programados concertos de música com os Salamander (dia 12) e a Arcada Café Orchestra, que encerra o festival. Há também uma exposição retrospectiva com fotografias, vídeos e fatos dos trinta anos de actividade do Teatro das Beiras. Para o director da companhia, a demissão em bloco de nove elementos do grupo «não é preocupante nem pôs em causa» a realização do evento, que existe desde 1981. «O único problema é termos o mesmo orçamento do Ministério da Cultura desde 2001», salientou, admitindo não ser possível fazer um festival «de grande dimensão com apenas 30 mil euros». No entanto, Fernando Sena sublinha que apesar destas «limitações financeiras» foi possível trazer peças de «grande qualidade» à Covilhã.

Liliana Correia

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