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Feira do Fumeiro quer 40 mil visitantes

Presidente da AENEBEIRA convicto de que «êxito» das edições anteriores vai ser superado

O facto de ser um certame já perfeitamente consolidado a olhar pelo sucesso alcançado nas cinco edições anteriores levou a AENEBEIRA apostar forte na sexta Feira do Fumeiro, dos Sabores e do Artesanato do Nordeste da Beira. Com efeito, pela primeira vez, o evento promovido pela Associação Empresarial do Nordeste da Beira vai realizar-se em dois fins-de-semana.

«Esta é uma feira não só de exposição, mas de exposição e venda directa. Tem tido tanto sucesso que, em Novembro, consultámos todos os expositores do ano anterior e a esmagadora maioria, entre 80 a 90 por cento, achou por bem estendermos a Feira por dois fins-de-semana», explica António Oliveira. O presidente da AENEBEIRA salienta que os custos da montagem da estrutura e da promoção são «praticamente idênticos» e crê que esta é uma «boa aposta», até porque os agentes económicos presentes «têm

tido sempre boas vendas». De resto, «esta é uma altura em que muita gente se desloca a esta região ou porque pensa vir à neve ou para visitar as amendoeiras em flor» e Trancoso oferece uma «localização central» nesse âmbito. Ressalvando que «se a experiência for negativa, regressaremos à primeira forma», o responsável está «seguro» de que a aposta efectuada este ano vai ser um «êxito na sequência das cinco edições anteriores» em que «de ano para ano a capacidade de atracção de pessoas não parou de crescer». Assim, mostra-se confiante de que em 2009 poderão ser batidos todos os recordes de afluência de público e conseguir «dobrar» os 20 mil visitantes do ano transacto. «Além de fomentarmos os negócios das micro e pequenas empresas, vamos também organizar o segundo festival gastronómico que pretende promover a gastronomia regional e incrementar os negócios dos oito restaurantes aderentes, que ao longo dos dias da feira vão ter uma ementa claramente direccionada para a gastronomia regional e para a utilização dos produtos regionais», reforça.

António Oliveira alimenta as «melhores expectativas» para uma iniciativa que «nos dá algum prazer realizar», uma vez que estamos a «fomentar, promover e divulgar os produtos endógenos duma região vasta», sendo que a «maioria» dos expositores presentes são «produtores directos». Isto porque «não queremos aqui uma feira incaracterística», mas que «represente o tecido económico da região a nível dos seus produtos locais, regionais e endógenos nas mais diferentes áreas». Desde o fumeiro, os enchidos, fumados, o queijo, os vinhos, mel, azeite, ao pão e doces regionais. Também o artesanato presente é seleccionado de «forma rigorosa», já que «tem que ter a ver com a ruralidade e o mundo rural». Ao todo, vão estar presentes 90 expositores com 102 stands/espaços de exposição, um número que aumenta em relação a 2008, num evento cujo «grande desígnio», que tem sido «bem sucedido ao longo das cinco edições anteriores», passa pela «promoção e divulgação dos produtos e doçarias regionais, cozinhas tradicionais, salsicharias e queijarias artesanais», salienta. «Entendemos que estamos aqui a desempenhar um papel fundamental na promoção do tecido económico da região nestas pequenas unidades e micro empresas que têm um papel importante na economia da região e que nos apraz apoiar, promover e divulgar», reforça.

«Não queremos criar aqui uma feira nacional do fumeiro e dos sabores»

Representar a região é outro dos objectivos da Feira. O presidente da AENEBEIRA frisa que o espaço dos produtores de produtos regionais presentes fica «confinado basicamente entre o Douro, o Mondego e o Zêzere. Entre o Douro e a Serra da Estrela até Seia e Oliveira do Hospital e a Cova da Beira, embora tenhamos alguns produtores que não sendo deste espaço são da margem direita do Douro, confinantes com a nossa Beira», realça. Neste sentido, «temos aqui expositores basicamente das NUT’s III Beira Interior Norte, Cova da Beira, Serra da Estrela, Dão Lafões e Douro. É este o nosso espaço e em relação ao qual queremos dar um contributo na promoção e divulgação dos produtos endógenos e regionais», reforça. É que apesar da «procura de expositores de produtos regionais de outras regiões do país» como o Minho ou Alentejo, a associação empresarial «não está interessada nesse processo», já que «não queremos criar aqui uma feira nacional do fumeiro e dos sabores, queremos fundamentalmente promover o tecido económico da região e de zonas ligeiramente adjacentes». Aliás, «não param de chover cada vez mais adesões a este processo, não só pela promoção que aqui se faz, mas também porque as pessoas fazem aqui vendas que me parecem razoáveis», sublinha, salientando que todos os produtores presentes estão «devidamente licenciados». O orçamento da Feira cifra-se nos «38 mil euros mais IVA», sendo cerca de metade desse valor direccionado para publicidade nos órgãos de comunicação regional, mas também nacional, já que «queremos que este evento seja nacional». Os apoios institucionais rondam os 7.500 euros, enquanto que os preços dos stands são um «pouco simbólicos», não ultrapassando os 2.500 euros. Deste modo, numa prática «já recorrente», a AENEBEIRA tem «habitualmente um défice previsível de cerca de 28 a 30 mil euros». Contudo, como se trata de um evento «que nos orgulha realizar porque sabemos que estamos a contribuir para a promoção, divulgação e rentabilização dos pequenos negócios que têm a ver com os nossos recursos endógenos», «enquanto tivermos condições para o poder fazer do ponto de vista económico», o certame será para continuar.

Nem a crise afecta optimismo

António Oliveira admite que a crise económica com que o país se debate actualmente «poderá naturalmente afectar este evento», mas tem a «esperança» de que ela não se venha a repercutir. Por outro lado, a AENEBEIRA «não faz este evento a pensar nos munícipes ou nos cidadãos deste concelho ou dos concelhos limítrofes», uma vez que «pretendemos fundamentalmente atrair consumidores das áreas urbanas mais distantes, do litoral, que venham aqui um pouco à procura da ruralidade e dos produtos tradicionais feitos com carinho e tradição», salienta. «Estamos aqui para promover as empresas e atrair público que vem pelos produtos regionais, mas também virá seguramente do ponto de vista turístico. Temos aqui património e ambiente para vender, para dar a conhecer a todos aqueles que estão em áreas urbanas e que podem fazer aquela “escapadinha”, de num ou noutro fim-de-semana visitarem o Interior da Beira e conhecerem e degustarem os nossos produtos», continua. O responsável enaltece que Trancoso tem duas unidades industriais de lacticínios no concelho, mais um conjunto de queijarias artesanais licenciadas e de vendas directas. Também na produção de enchidos e fumados, ostenta uma situação «muito própria» que representa 60 por cento da produção desses produtos nos nove concelhos da Beira Interior Norte. Assim, trata-se de «um sector estratégico», daí que a associação «não possa deixar de estar do lado de empresas que consideramos vitais no nosso tecido económico porque representam aquilo que são os nossos saber fazer tradicionais».

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