P – O que a levou a lançar-se no mundo da escrita?
R – A ideia de escrever um livro surgiu de uma conversa informal com um dos meus melhores amigos, que me disse ser altura de me analisar a mim própria. Isto porque eu rejeitava muitos sentimentos na minha vida. Essa conversa levou-me a questionar o meu eu e a forma de auto-análise que encontrei foi através da escrita. Este livro é o resultado. Foi algo repentino, uma vez que, apesar de sempre ter gostado de literatura, não era meu objetivo escrever um livro.
P – De que trata esta sua primeira obra, “A Identidade da Razão”?
R – Ao contrário do que possa eventualmente parecer, não é uma obra auto-biográfica. É um livro essencialmente filosófico, elitista, e que exige das pessoas uma mente aberta. Fala-nos da vida, da busca incessante da felicidade e do poder do amor na construção do ser. Pretende ajudar o leitor a perceber o misticismo do amor, através da aglutinação de tudo o que somos enquanto seres pensantes e sensitivos, com capacidade para aprender, lembrar e esquecer. Transporta-nos ainda para a descoberta da autêntica interpretação do sentimento puro e singelo que é o amor. Aborda a procura incessante entre uma coerência do poder do pensamento e da força das emoções, que é sem dúvida a chave primordial para a aquisição da felicidade
absoluta, pois o ser humano, enquanto ser racional e sensitivo, só pode almejar o alcance da felicidade se for capaz de estabelecer o difícil equilíbrio entre a razão e a emoção. Julgo que os leitores vão sentir um encantamento pelo livro. De resto, é isso que procuro: que as pessoas se encantem e que o livro tenha a capacidade de preencher a alma de cada um.
P – Quanto tempo exigiu a sua escrita?
R – Escrevi durante três meses. E nesse período ninguém sabia que eu estava a escrever um livro, até porque este projeto nasceu sem qualquer ambição de algum dia vir a ser editado. Mas surgiu essa possibilidade, e mesmo os meus pais só acreditaram que eu ia mesmo lançar um livro quando reunimos com a editora.
P – O livro está a ter um bom acolhimento junto do público?
R – Sim. Apesar da campanha de marketing à volta do livro estar apenas a dar os primeiros passos, está tudo a correr bastante bem. Já tenho algumas apresentações marcadas, nomeadamente para quinta-feira (hoje), em que estarei na Biblioteca Municipal de Almeida, e para 12 de Abril, no café concerto do TMG. Vou estar também na Feira do Livro de Figueira de Castelo Rodrigo e na livraria Bertrand, na Guarda.
P – Quais são as suas influências ao nível literário?
R – Acho que quem ler o livro nota influências de vários escritores que, para mim, são muito importantes, como Fernando Pessoa, José Saramago ou Miguel Torga. Realço que o livro tem uma curiosidade na forma como cada capítulo é inserido. Decidi inovar nessa parte e cada capítulo é introduzido através de um poema, que é um resumo daquilo que a pessoa vai encontrar após o virar da página.
P – É fácil conciliar a vida de estudante com a escrita?
R – Não é fácil, ainda para mais quando se tem a minha idade e se estão a dar os primeiros passos. Não é fácil lançar um livro, não é fácil chegar ao público e tudo se torna mais difícil quando a isto se junta vida de estudante atarefada, porque o meu curso assim o exige. A dada altura temos de fazer escolhas e, em face disso, a minha vida estudantil está neste momento um bocadinho posta de lado, em detrimento da promoção do livro.
P – Tem planeado mais algum projeto?
R – Sim, tenho já algumas ideias para um segundo livro, mas que só deverá ser editado sensivelmente daqui a um ano, pelo menos. Isto porque, sendo esta a minha primeira edição, deve “viver” algum tempo. E, além disso, tenho outras ocupações para além da escrita.
P – A carreira como escritora é uma aposta de futuro?
R – Possivelmente, mas como conciliação. Penso que não passa pelo meu futuro ser uma escritora a tempo inteiro, mas antes ter na escrita um hobby, como acontece agora.
