Mais de 40 por cento dos 9,6 milhões de eleitores registados pode abster-se de votar no próximo dia 4 de outubro, afirmou à Bloomberg António Costa Pinto, professor de ciências políticas da Universidade de Lisboa.
Portugal está prestes a registar uma das menores participações nas eleições desde a transição para a democracia em 1974. Segundo a Bloomberg, os eleitores estão afastados das eleições de domingo por falta de opção política ou porque emigraram.
Mais de 40 por cento dos 9,6 milhões de eleitores registados pode abster-se de votar no próximo dia 4 de outubro, afirmou à Bloomberg António Costa Pinto, professor de ciências políticas da Universidade de Lisboa. Os números dos que optam por ficar em casa pode até mesmo superar o recorde 41,9 por cento registado no ano de 2011, ano em Portugal solicitou ajuda à “troika”.
Com a apatia a afastar muitos eleitores, o resultado pode revelar-se um vazio para as entidades oficiais europeias que procuram confirmar no voto a eficácia das suas políticas de austeridade após terem sido demonizados em várias partes da Europa pelas linhas duras que impuseram à Grécia. Nalguns países, «as pessoas podem usar o voto para manifestar o seu descontentamento» disse Costa Pinto numa entrevista.
As obrigações soberanas portuguesas ganharam antes da votação, com o rendimento de 10-anos da dívida a cair mais de 20 pontos base neste mês. A participação eleitoral em Portugal tem vindo a cair desde a Revolução dos Cravos que trouxe a democracia ao país em 1974. Na primeira eleição após o regime do Estado Novo registaram-se votos de 91,5 por cento dos eleitores, em 2011, foi de apenas 58,1 por cento, de acordo com a Pordata, um centro estatístico em Lisboa.
Para agravar a potencial elevada abstenção, no domingo jogam as três principais equipas de futebol: Sporting, Benfica e Porto – o que aumenta o risco de distrair os potenciais eleitores de seus deveres cívicos.
