O Fundão deverá acolher já no próximo ano lectivo os novos alunos da Escola Superior de Turismo e Hotelaria do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB), que funcionará provisoriamente na futura Escola Profissional do Fundão (que deverá estar concluída em Março de 2005) até que as novas instalações sejam construídas junto ao Campo de Futebol (entre Valverde e o Fundão).
O protocolo de cooperação entre a autarquia fundanense e o IPCB foi celebrado na última segunda-feira, dia em que a instituição assinalou 24 anos de existência, e contou com a presença da ministra da Ciência, Inovação e Ensino Superior (MCIES), Maria da Graça Carvalho (ver caixa). Apesar de ainda faltar a publicação do decreto-lei de constituição do estabelecimento de ensino, tudo indica que a sétima escola do IPCB possa abrir as portas já em Setembro próximo, restabelecendo assim um «acto de justiça» para com o Fundão. Para o autarca Manuel Frexes, a criação desta escola é «uma das maiores conquistas» do município após terem perdido em 1987 a Escola do Magistério Primário, para além de ser uma estrutura importante para a autarquia que optou por ter a sua própria estratégia turística após a saída da Região de Turismo da Serra da Estrela (RTSE). «Este é último elo de uma cadeia que temos desenvolvido para o Fundão», referiu. Para o autarca, esta escola de ensino superior público vai permitir ainda «o desenvolvimento» da região e a criação de emprego, fixando os jovens qualificados no interior do país. «Temos agora todos os ingredientes para nos afirmarmos como uma das regiões mais importantes do país», disse Frexes, apelando à parceria de todas as instituições de ensino e associações empresariais do concelho. «Juntos ninguém nos poderá ultrapassar e podemos ser um espaço de futuro e empenho para todos os querem progredir», salientou.
Escola de Turismo de Seia não impede a do Fundão
Maria da Graça Carvalho também apelou à criação de parcerias para «desenvolver a Beira Interior e a qualificar a população». Daí que considere haver «espaço» para mais uma escola de turismo na região, apesar da existência de unidade semelhante em Seia, do Instituto Politécnico da Guarda. «É claro que é preciso fazer o equilíbrio e a optimização dos meios e recursos que existem, pelo que só aprovamos a criação de novas escolas em condições muito excepcionais», referiu Maria da Graça Carvalho. Mas sendo o turismo uma área tão importante para a economia e que precisa de qualificação, «considerámos que o Fundão seria uma dessas excepções», acrescentou a governante, explicando que este era também um projecto fundamental para «uma cidade importante como o Fundão». E exemplifica a sua decisão com a Universidade Politécnica de Aveiro “Aveiro Norte”, que foi construída para qualificar a população em torno de Oliveira de Azeméis e S. João da Madeira. «É uma área muito desenvolvida industrialmente, mas muito carenciada de qualificação. Há um paralelo entre estes dois projectos e o objectivo é o mesmo», sustentou. E isto porque Portugal ainda está abaixo da média europeia em termos de qualificação e formação profissional. No entanto, a ministra não coloca de parte a colaboração entre as duas escolas, que poderão partilhar e optimizar os equipamentos e professores, à semelhança do que já acontece com as seis universidades públicas no curso de Engenharia de Materiais.
16,48 milhões de euros para Campus da Talagueira
Naquele que é o último ano à frente do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB), Valter Lemos conseguiu concretizar na última segunda-feira uma das suas maiores aspirações enquanto presidente da instituição de ensino: a assinatura do contrato de desenvolvimento de 16,48 milhões de euros com o MCIES até 2010, relativo à construção do Campus da Talagueira. É aqui que serão instalados os blocos pedagógicos das Escolas Superiores de Saúde e de Artes Aplicadas. O contrato para a execução da primeira fase do “campus” foi ainda assinado na segunda-feira com o consórcio do arquitecto Filipe Oliveira Dias, e tem um encargo total de 966 mil euros, suportados pelo PIDDAC e financiamento comunitário.
Liliana Correia