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Empresa de confeções e construtora investem 4 milhões na Covilhã

Construção de nova fábrica e de 19 moradias pré-fabricadas, com recurso a tecnologia de ponta

Já é a certa a construção de uma nova fábrica da Benoli Confeções no parque industrial do Tortosendo. O investimento ronda os dois milhões de euros e a primeira pedra foi lança no sábado, mas só em janeiro do próximo ano vão arrancar as obras, prevendo-se que estejam concluídas em agosto.

A Benoli dedica-se à confeção de vestuário feminino e foi fundada em 1974, no concelho da Covilhã. Este investimento «é muito importante para a cidade» e permite que «a unidade produtiva da empresa se concentre aqui», afirma o presidente da câmara. A nova fábrica terá 3.300 metros quadrados e a sua instalação contou com «a total colaboração» do atual executivo, assegura Vítor Pereira, recordando que, em tempos, a empresa «ponderou deslocalizar-se para o norte do país por não lhe serem dadas condições» à sua continuidade na Covilhã. Com este aposta «haverá um aumento significativo do número de trabalhadores», adianta o autarca. A fábrica que trabalha atualmente com 110 funcionários pode duplicar esse número. Inicialmente serão criados mais 30 postos de trabalho, mas com a implementação do projeto prevê-se que sejam criados mais.

A «modernização tecnológica», que, por sua vez, levará ao «aumento de produtividade e da capacidade exportadora» da empresa, também merecem o destaque de Vítor Pereira, para quem este projeto «é mais um passo para afirmar a capacidade exportadora da Covilhã», que já é «a cidade do interior com maior volume de exportações», sublinha o edil. Os objetivos passam também por «tornar a Benoli numa das melhores empresas portuguesas e mesmo europeias de vestuário». Outrora conhecida como cidade dos lanifícios, chegam agora à Covilhã investimentos de outras áreas. A Consplan, empresa do ramo imobiliário, está também a desenvolver um projeto com a autarquia para investir os outros dois milhões de euros. Segundo explicou Vítor Pereira, «serão construídas 19 moradias com base num novo sistema de construção de casas prefabricadas que usam uma tecnologia altamente inovadora».

Estes edifícios vão primar pela eficiência energética e por isso «poderão ser construídas em zonas onde normalmente é proibido, pois não afetam os solos», adiantou o presidente da Câmara. A Consplan tem vários sócios, entre eles dois covilhanenses, sendo que o investimento na Covilhã vai funcionar como “showroom” para o mercado ibérico. Se o negócio tiver sucesso, e com vista o mesmo mercado, a empresa também pondera sediar uma fábrica na Covilhã. «Se forem vendidas 100 casas, a construtora avança com a fábrica», refere Vítor Pereira. A concretizar-se esse cenário, o investimento previsto está calculado em 25 milhões de euros (oito milhões para a construção do edifício e 17 milhões para equipamento e maquinaria de ponta da unidade). Com uma área de 10 mil metros quadrados, as perspetivas é que sejam criados 100 postos de trabalho. «Da parte do município o trabalho está feito. Entregámos aos responsáveis da construtora uma carta de intenções, onde são referidas as facilidades e condições que o município propiciará, bem como possíveis localizações», indica o autarca.

Requalificação do Teatro Municipal depende de fundos europeus

Há muito que se fala nas obras de requalificação no Teatro Municipal da Covilhã. Ainda não há data para o seu início, nem se quer um aval de apoios comunitários, mas há um projeto e pelo menos já não chove no interior do edifício.

Procurando evitar que o interior fique ainda mais danificado «procedemos às obras de impermeabilização, independentemente dos apoios», declara Vítor Pereira, numa intervenção que custou mais de 119 mil euros. Já as obras no interior vão manter a traça original e incluem a requalificação da sala de espetáculos, que passará de quase 1.000 lugares para 620, uma melhoria da boca de cena, com o palco a ser alargado. «Todo o espaço envolvente da sala será tido em conta e serão criadas salas de inovação cultural», revelou o edil. Ao todo, o projeto de remodelação do edifício emblemático do Pelourinho deverá custar entre 3,5 a 4 milhões de euros. A autarquia espera agora que sejam abertos os concursos para candidatar a obra aos fundos europeus: «Estamos dependentes dessas datas, mas acreditamos que no próximo ano, no final do primeiro trimestre, início do segundo, poderemos avançar com as obras», confia o presidente do município.

Caso não haja parecer positivo da União Europeia, e o projeto não seja contemplado com apoios comunitários, «não é possível concluir o projeto, pois a Câmara não tem capacidade para assumir os custos», avisa Vítor Pereira.

Com o teatro requalificado, o autarca espera que chegue uma nova vida cultural ao centro da cidade e que ao palco da sala de espetáculos do Pelourinho subam todas as associações do concelho. «Afinal, somos a cidade com mais associações culturais per capita», exemplifica o edil, que afasta a ideia de que o novo Teatro Municipal da Covilhã possa tornar-se um “concorrente” do Teatro Municipal da Guarda. «O importante é que se complemente, pois cada equipamento terá a sua agenda cultural, sem rivalidades, oferecendo o melhor ao público», considera Vítor Pereira.

Ana Eugénia Inácio Primeira pedra da nova fábrica da Benoli já foi lançada

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