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Consumo de carne «não representa perigo, desde que seja moderado»

Secretário de Estado da Alimentação reuniu com a Comissão de Segurança Alimentar para analisar o estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O secretário de Estado da Alimentação defendeu esta quarta-feira que não há qualquer perigo no consumo de carne, embora sublinhe a necessidade de fazer uma alimentação moderada de carnes vermelhas ou processadas.

«A grande mensagem é esta: de facto, não há perigo da alimentação sob o ponto de vista da carne, a carne é importante porque nos traz proteína animal, ferro, zinco e vitamina B12. O que é importante é ter uma moderação de consumo e uma alimentação diversificada», afirmou Nuno Vieira e Brito.

Esta declaração aos jornalistas foi feita após uma reunião extraordinária, em Lisboa, da Comissão de Segurança Alimentar, que esteve a analisar o estudo divulgado na véspera pela Agência Internacional para a Investigação sobre o Cancro (IARC, na sigla em inglês), que revelou que a carne processada é cancerígena para os seres humanos e classificou a carne vermelha como provavelmente cancerígena.

Coube à Organização Mundial da Saúde (OMS) esta classificação, que coloca alimentos como o fiambre, bacon, salsichas ou presunto ao nível do tabaco, em termos de efeitos prejudicais para a saúde de quem os consome.

O estudo da IARC indica que a carne processada é cancerígena para os seres humanos e alerta para o facto de a carne vermelha também é «provavelmente» cancerígena. O relatório revela que a ingestão diária de 50 gramas de carne processada – menos de duas fatias de bacon – aumenta em 18 por cento a probabilidade de desenvolver cancro colo-rectal (também conhecido como cancro do intestino).

O documento foi elaborado por um grupo de trabalho composto por 22 especialistas de 10 países, que foram convocados para o Programa de Monografias da IARC, organização com sede na cidade francesa de Lyon.

Os investigadores consideraram que existem «provas suficientes» de que a ingestão de carne processada está ligada ao cancro colo-rectal.

A IARC especificou que o termo “carne vermelha” está associado a «todos os tipos de carne muscular de mamíferos, como carne de vaca, vitela, porco, carneiro, cavalo ou cabra».

Já a carne processada está relacionada com produtos «que foram transformados através de um processo de salga, fumeiro, fermentação ou outros processos para melhorar o sabor ou conservação». Nesta categoria estão incluídos, entre outros, produtos como salsichas, presunto, carne enlatada, bacon e preparados ou molhos à base de carne.

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