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Empate deixa “água na boca”

Mileu e Figueirense empataram num jogo cheio de emoção, luta e polémica

Mileu-Guarda e Ginásio Figueirense, dois candidatos à subida no Distrital da Guarda, empataram a uma bola no arranque da prova. O jogo era encarado com muita expectativa e as duas equipas corresponderam proporcionando um bom espectáculo, bastante emotivo, ao muito público que marcou presença no António dos Santos. Contudo, a partida ficou marcada por alguma polémica, com ambas as formações a apresentarem razões de queixa do trio de arbitragem.

Com muitas caras novas em relação à época transacta nos dois lados, este foi um jogo com duas partes claramente distintas. Na primeira parte, o domínio pertenceu quase por exclusivo aos donos da casa, não tendo conseguido os visitantes, agora orientados pelo técnico campeão distrital Paulo Batista, incomodar o guardião do Mileu. O primeiro remate aconteceu logo no minuto inicial, por intermédio do veterano Stromberg, que, à entrada da área, atirou por cima. Três minutos depois, foi a vez do ponta-de-lança Tiago rematar bem para Bruno defender. O Mileu voltou a criar perigo aos 18’, através de um cabeceamento de Bobô, uma das suas melhores unidades, que obrigou o guarda-redes visitante a aplicar-se. Apesar deste intenso domínio, o golo só apareceu aos 42’ numa jogada que deixou muitas dúvidas. Tiago rematou à entrada da área, a bola embateu nas costas de Stromberg, que pareceu adiantado em relação ao último defensor do Figueirense, e traiu Bruno. Contudo, o árbitro Fernando Nevado olhou de imediato para o seu auxiliar que nada assinalou e validou o golo.

Em desvantagem no marcador, os comandados de Paulo Batista entraram com outra atitude na segunda parte, como evidenciaram os remates perigosos de Silva e Paulo Jacinto nos primeiros cinco minutos. Aos 52’ pareceu ter ficado por marcar uma grande penalidade na área do Mileu, quando Paulo Jacinto caiu após contacto com o guarda-redes Nuno Morais. Do lado do Mileu, a primeira reacção surgiu aos 63’, através de um remate cruzado de Bobo, mas era o Figueirense que estava com “sinal mais” e aos 66’ Jacinto rematou forte por cima. O golo do empate acabou mesmo por acontecer três minutos depois. Lançado em profundidade pelo lado direito, Ricardo Ferreira surgiu cara-a-cara com Nuno Morais e atirou, sem hipóteses, para golo. Empolgada com a igualdade no marcador, a equipa de Paulo Batista podia ter chegado ao tento da vitória aos 72’, mas o “chapéu” de Paulo Jacinto, após contra-ataque de Silva, saiu muito perto da baliza. Este sobressalto fez reagir os guardenses, que estiveram perto do 2-1 num lance de sorte quando Álvaro, na ânsia de cortar a bola, acertou no poste direito da sua baliza. Já ao cair do pano, Nuno Morais segurou o empate ao opor-se bem a Paulo Jacinto, que surgiu isolado. O trabalho da equipa de arbitragem fica manchado pelos dois lances duvidosos acima assinalados que poderão ter tido interferência directa no resultado final.

No final da partida, os dois técnicos divergiram quanto à justiça do resultado. Liberalino Almeida (Mileu) disse que a sua equipa fez um bom jogo e que poderia ter ganho a partida, «mas o Figueirense veio aqui com uma equipa violenta, agressiva e, com a cumplicidade da arbitragem, fez com que o jogo desse empate», acusou. Já para Paulo Batista (Figueirense), «pelas oportunidades que criámos, o resultado acaba por se aceitar, mas a ter que haver um vencedor tinha que ser o Figueirense».

Ricardo Cordeiro

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