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Em redor dos lanifícios…

O artigo de João Morgado “Futuro: ser o INATEL da Europa?”, inserto na edição de 19 de Maio último de “O Interior”, está muito bem urdido, mas a mim, perdoe-me a sinceridade, já nada me diz…

É escrito à volta de uma entrevista dada a determinado sítio pelo presidente da ANIL – Associação Nacional dos Industriais de Lanifícios, José Robalo. O presidente da ANIL, se bem interpretei o artigo, parece ficar satisfeito se, em relação ao sector têxtil, fizerem o mesmo que às pescas: o “abate”, o pagamento devido e o assumir dos actos. Interroga, quase a terminar o artigo, João Morgado: «Se o futuro passa por “abater” a nossa indústria, o que nos restará para ser competitivos?». De seguida, dá a resposta: “Um espaço balnear para o turismo sénior do mundo rico”. Quer saber, sr. João Morgado, a razão por que esta “conversa” já nada me diz?

É que já no longínquo dia 4/II/1971, na página JUVENTUDE do semanário monárquico “O Debate”, uma companheira de ideal escrevia um artigo intitulado “Que queremos ser? Colónia de férias da Europa… ou uma grande e próspera nação?”. Ana Maria Castelo Branco, que andaria pelos 18 anos, sabia o que escrevia. Segundo ela, era a hora de Portugal “decidir”…

Hoje, volvidos 34 anos (!) sobre o alerta da combativa Ana, sou eu a pensar e a escrever que será, talvez, demasiado tarde para sermos, ao menos, colónia de férias da Europa…

A menos que Jorge Sampaio, perdão, Luís Felipe Scolari convoque, e só ele o sabe fazer, as forças vivas da Nação para inimagináveis desígnios nacionais! E aí, sim, Portugal ganhará esplendor nunca antes alcançado na História da Pátria!

J. M. Marques Crespo de Carvalho, Coimbra

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