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Em busca de Homenzinhos verdes*

* ou como a agência espacial europeia procura novas formas de vida em Marte

Desde sempre que Marte foi alvo de grande especulação acerca da possibilidade de existência de vida. Nos últimos anos essa possibilidade ganhou novos contornos com a descoberta da presença de água líquida no planeta vermelho abrindo portas para a descoberta de alguma forma de vida, tal como aconteceu na Terra, onde a vida se desenvolveu na presença desta substância. E que formas de vida serão possíveis de existir?

É precisamente este ponto que a comunidade científica procura compreender nos próximos anos e, para isso, a Agência Espacial Europeia (ESA) lançou o Trace Gas Orbiter (robot para deteção de gases). Esta é a primeira de duas fases da missão ExoMars 2016 que tem como objetivo estudar melhor a composição da atmosfera de Marte, em particular o metano e outros gases com concentrações baixas, à procura de sinais de vida no planeta vermelho. Olhando um pouco mais em pormenor para este planeta constatamos que se trata do segundo planeta rochoso mais pequeno, tendo cerca de metade do tamanho da Terra. Tem uma atmosfera fina em dióxido de carbono, calotes polares de gelo e neve carbónica e um sistema meteorológico ativo. Embora se pense que o vulcanismo esteja atualmente extinto, a estrutura interna de Marte tem algumas semelhanças com a estrutura de Vénus, contudo existem diferenças entre a composição das camadas dos dois planetas. Marte tem uma densidade inferior, e portanto, contém minerais mais leves.

Marte está coberto de antigos vulcões, incluindo o maior do sistema solar, o monte Olimpo e uma superfície onde as crateras de impacto são comuns. É precisamente a superfície com tonalidades cor de tijolo que identificam o planeta, desde a Antiguidade, como o planeta vermelho. A sua superfície está coberta de enormes rochas e de uma poeira fina vermelha. Esta cor resulta das partículas de óxido de ferro. De facto, Marte é um planeta ferrugento. A sua superfície divide-se em duas regiões muito diferentes. O hemisfério sul está coberto de crateras, mas no norte, dominam os vulcões. Esta região é geologicamente mais recente; pensa-se que a lava terá coberto as crateras e uniformizado o solo antes de solidificar. As falhas são outro dos aspetos característicos do relevo de Marte. Muitos pensam que terão sido escavadas em tempos por cursos de água agora desaparecidos. Há muitas indicações de que estes cursos terão sido feitos pela água, ou talvez por dióxido de carbono líquido.

Marte, ao contrário da Terra, apresenta os dois mais pequenos satélites naturais do sistema solar: Fobos e Deimos. Aguardemos com entusiasmo pela segunda fase da missão que deve chegar a Marte em 2018, e procurar compreender melhor as potencialidades deste planeta vermelho.

Por: António Costa

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