António Costa de visita à região no fim-de-semana, no âmbito da campanha para as autárquicas. O comício distrital na Guarda, que aconteceu no Jardim José de Lemos, foi um dos pontos de paragem do secretário-geral socialista.
Aproveitando a presença do também chefe de Governo, Eduardo Brito, candidato à autarquia guardense, enunciou algumas das suas exigências. Entre elas está a criação de um grupo de 10 sapadores caso seja eleito presidente da Câmara no próximo dia 1 de outubro. Quanto ao dinheiro, «vamos buscar nesses painéis que são colocados para dizer que o meu bairro está em obras. São inúteis» e avisou António Costa «vai ter-me à perna. Quero 10 sapadores». Eduardo Brito recordou ainda que «precisamos de uma solução para a segunda fase do hospital» e sublinhou que para existir na região uma economia competitiva «não pode haver portagens». Quanto ao presente, o candidato deixou críticas ao atual executivo guardense, que acusou de criar uma «ilusão» e «esconder os verdadeiros problemas».
«Vivemos um política do faz de conta que estamos “em alta”», ironizou, garantindo que o emprego, o turismo e a população «continuam a afastar-se da Guarda». Eduardo Brito esclareceu que «as festas não são um problema, mas em excesso servem para distrair e esconder problemas». O socialista fez também referência a um episódio que aconteceu no sábado à noite, no concerto de Luís Filipe Reis, na Feira Farta: «O que se passou com dinheiros públicos, mandar votar no outro candidato, é uma falta de vergonha. Não podemos tolerar esta promiscuidade», criticou. Por sua vez, António Costa não se disse preocupado com o «elevado role de encargos reivindicativo» de Eduardo Brito, considerando que «é estimulante». E afirmou que «só criando empresas na Guarda criamos condições para atrair e fixar população, emprego que ajude a desenvolver o conjunto destes territórios».
A propósito, lembrou que na sua governação se iniciou já «a trajetória de redução do custo das portagens», bem como «o diálogo com o governo de Espanha para ver as regiões de fronteira com uma nova centralidade». A aposta na modernização da ferrovia (Aveiro-Salamanca) também foi lembrada, com o líder do PS a considerar que se trata de uma aposta decisiva para «o desenvolvimento de todos estes territórios», entre os quais a Guarda «tem um papel absolutamente crucial», pois é no concelho «que se vão entroncar as linhas da Beira Alta e da Beira Baixa».
Ana Eugénia Inácio