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Eduardo Brito quer «actos» no caso do hospital de Seia

Ministro da Saúde prometeu decisão final até final de Setembro

O presidente da Câmara de Seia considerou esta semana ter chegado o momento de passar «das palavras aos actos» no caso do hospital Nossa Senhora da Assunção. Eduardo Brito, que reuniu com a Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro, quer saber em que fase se encontra o processo e já solicitou uma audiência ao presidente do Grupo de Missão para as Parcerias na Saúde, Jorge Abreu Simões, para reafirmar a disponibilidade do município em ceder os terrenos para a construção do novo edifício, «uma vez que os novos hospitais com terrenos disponíveis são encarados de forma prioritária», refere. Movimentações que acontecem a poucos dias de expirar o prazo dado pelo ministro da Saúde para anunciar a solução definitiva.

Luís Filipe Pereira prometeu decidir até final de Setembro sobre a construção ou não do novo hospital de Seia, tendo mesmo solicitado vários elementos de ordem estrutural, funcional e produtiva para avaliar a situação do actual edifício. Mas por cumprir está ainda uma visita da tutela ao Nossa Senhora da Assunção para averiguar o estado das coisas, conforme prometido à Comissão de Acompanhamento para a construção do novo hospital de Seia. Esta estrutura, formada por elementos dos partidos com assento na Assembleia Municipal, reuniu em Junho último com o governante para demonstrar a «necessidade e urgência» das novas instalações. Quem parece não ter dúvidas é Correia de Campos, antigo ministro da Saúde do último Governo PS, que invocou cinco argumentos para a construção do hospital numa conferência sobre “Equipamentos de Saúde no Distrito da Guarda”, realizada em Maio pela concelhia socialista. A saber, o processo, em curso, da transformação dos hospitais em empresas; a ampliação do combate às listas de espera; a concorrência internacional, a produtividade do Nossa Senhora da Assunção e sobretudo «o facto do novo Hospital da Guarda demorar cerca de oito a 10 anos para estar construído».

Com estes fundamentos e mais alguns, Eduardo Brito entende que «estamos num momento crucial de se conhecer alguma definição, independentemente daquilo que são os compromissos existentes». O autarca aposta, por isso, em continuar a sensibilizar os organismos na área da Saúde, embora seja conhecida a posição do administrador da ARS/Centro, que, segundo o edil, «entende não haver solução fora da construção de um novo edifício, porque qualquer intervenção que possa ser feita não resolve os problemas». Uma opinião que satisfez Brito, para quem «é tempo de se passar das palavras aos actos, porque já todos conhecemos o diagnóstico, mas é necessário passarmos ao tratamento». Entretanto, numa altura em que estão a ser nomeados os novos CA, ficou-se também a saber que o presidente senense já transmitiu à ARS Centro a necessidade do actual Conselho de Administração do hospital permanecer em Seia por entender que este daria continuidade ao trabalho «meritório e de grande dinamismo que tem vindo a ser desenvolvido». De resto, Brito defende que esta obra deve fazer-se com investimento «totalmente público» financiado pelo Orçamento de Estado, embora não descarte a possibilidade de ocorrer uma parceria público-privada, «se para tal existirem investidores».

A construção do novo hospital é um «objectivo de convergência e de consenso» no concelho, sublinha o autarca, recordando que o actual edifício já existe há 73 anos. A sobrelotação de doentes e a degradação das instalações têm sido a “marca” do Nossa Senhora da Assunção dos últimos anos, que tem conseguido autênticos “milagres” na prestação de cuidados de saúde. O hospital abrange os concelhos de Seia, Gouveia, Fornos de Algodres, Oliveira do Hospital, Celorico da Beira e Nelas, com uma população de 100 mil pessoas e, apesar de ser um dos mais pequenos do país (com menos lotação), tem vindo a revelar-se fundamental na prestação directa de cuidados às populações. Passou a ser distrital há cerca de 10 anos.

Luis Martins

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