1. Como guardense, é do meu interesse que a Covilhã, Fundão, Viseu, Seia, etc. se tornem concelhos desenvolvidos e pujantes. O que é bom para os nossos vizinhos é bom para nós. Não ganhamos nada com os problemas dos outros. Pelo contrário. Só temos a perder. O bairrismo é uma coisa do passado, não nos leva a lado nenhum e deve ser enterrado de vez. A História mostra, sem margem para dúvidas, que ganha quase sempre quem coopera melhor. Roma conquistou a Grécia não porque os romanos fossem mais inteligentes ou mais avançados tecnologicamente, mas porque a sua cooperação era mais eficiente e eficaz. No fundo, uma colaboração flexível a larga escala é o que distingue o homo sapiens dos outros animais e é o que explica por que motivo alguns grupos de humanos se desenvolvem e prosperam e outros definham e ficam para trás. Desculpem lá estas divagações histórico-filosóficas para chegar a isto: se fosse covilhanense, votaria sem hesitações em Adolfo Mesquita Nunes. A Covilhã estagnou nos últimos anos, ou melhor, tem andado apenas a duas velocidades, devagarinho e parada. Vítor Pereira pode ser uma excelente pessoa, mas foi um mau presidente de Câmara. Carlos Pinto representa um regresso ao passado, com fórmulas estafadas e ultrapassadas. Sobre os outros candidatos nem vale a pena falar. Mesquita Nunes traz energia, ideias novas (nunca fala em betão), experiência administrativa, provas dadas como secretário de Estado do Turismo. Traz mundo. Além disso, teve o mérito de mobilizar um conjunto de pessoas capazes de traduzir em acção os projetos apresentados. A Covilhã tem uma oportunidade única para mudar de rumo.
2. Pedrogão Grande, 17 de junho de 2017. 64 mortos, mais de 200 feridos, 24 mil hectares ardidos, 200 habitações e 40 empresas destruídas, 340 postos de trabalho em xeque. Uma devastação sem nome. Hoje, não restam dúvidas sobre o caos e a total descoordenação das várias entidades dependentes, direta ou indiretamente, do Ministério da Administração Interna. Dúvidas houvesse, os relatórios de desresponsabilização e passa culpas dessas mesmas entidades vieram apenas confirmar o que já todos tínhamos percebido. Entretanto, o paiol de Tancos foi assaltado e uma quantidade apreciável de armas prontas a disparar desapareceu sem deixar rasto. Uma vergonha, que deixa uma vez mais a reputação de Portugal nas ruas da amargura. Estes dois acontecimentos mostram o estado a que chegou o Estado português, incapaz de cumprir a sua função principal: a segurança dos cidadãos. No meio disto, o governo ou o PS encomendaram um “focus group” para avaliar a sua popularidade. Pelos vistos, está ótima e recomenda-se. Não há, pois, motivos para grandes alarmes e preocupações. O primeiro-ministro pode ir de férias descansado. De resto, a culpa é do vento, sempre imprevisível, que teima em atormentar-nos.
Por: José Carlos Alexandre
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