P – Como se enquadra o último álbum “Her” na carreira de Rita Redshoes?
R – É o meu disco mais direto e mais maduro dos quatro. Tem um tema central que percorre todas as canções que se prende com as questões do feminino na nossa sociedade, é a primeira vez em que assumo três canções na nossa língua e vai de encontro à sonoridade clássica de que tanto gosto. É um disco que cumpre um bocadinho um papel de resumo do meu trabalho até aqui.
P – Neste trabalho canta, pela primeira vez a solo, três temas em português, dois dos quais compôs. Porquê só agora e para quando um álbum completo em português?
R – Porque só agora senti o ímpeto de o fazer e também porque só agora me surgiram estas canções. É possível que aconteça sim um disco totalmente em português um destes dias. Faz-me sentido neste momento pensar nesses termos depois desta experiência.
P – Há quem diga que perdeu o medo de cantar em português. É mesmo disso que se trata?
R – Por um lado sim. Tive que me conhecer e reconhecer a cantar em português. Ajudou-me muito ter tido colaborações com o Senhor Vulcão, Coupple Coffee, GNR, e de repente estas três canções surgiram-me de forma natural e consistente. Ou seja, perdi o medo ao conhecer-me. É uma janela que se abriu e que não pretendo fechar.
P – Como surgiu a oportunidade de trabalhar com o produtor Victor Van Vugt e o que trouxe de novo à música de Rita Redshoes?
R – O Victor trouxe aquilo que eu procurava para este disco. Uma sonoridade clássica, com arranjos de cordas assumidos e que ao mesmo tempo não fugissem de uma sonoridade pop/rock. Já tinha pensado em trabalhar com ele em discos anteriores mas só desta vez arrisquei enviar-lhe um email. Ao qual, três dias depois, ele respondeu: Vamos a isso!
P – A Rita Redshoes é uma artista multifacetada. Toca vários instrumentos, compõe e escreve canções, bandas sonoras, etc. O que lhe falta fazer, ou o que gostaria de fazer?
R – Hum… Continuar a fazer tudo isto e eventualmente realizar um documentário.
P – Como cantautora, já encontrou a sua canção perfeita? Já agora, qual é para si a canção perfeita e porquê?
R – Ainda não mas já compus algumas de que me orgulho. Sei de várias canções perfeitas uma delas é sem dúvida “Moon River”. Melodia intemporal, densa e simples ao mesmo tempo e cheia de imagens lá dentro.
Perfil:
Profissão: Música
Naturalidade: Lisboa
Idade: 35 anos
Currículo: Licenciada em Psicologia Clínica; Curso de Música em Canto/Piano; Vocalista e compositora na banda Atomic Bees, Photographs; baterista na banda Rebel Red Dog; Pianista de David Fonseca; inúmeras colaborações em cinema e teatro como compositora. Amante de animais, crianças e natureza.
Livro preferido: “Siddartha”
Filme preferido: “África Minha”
Hobbies: Jardinagem