A Comissão Distrital do PSD da Guarda defende que houve «falta de transparência» em relação à venda do Hotel Turismo ao Instituto de Turismo de Portugal. Álvaro Amaro classifica de «trapalhada» toda a condução do processo por parte do executivo socialista, tendo em conta que empresários privados dizem ter apresentado uma proposta de compra à Câmara da Guarda mais elevada.
«O PSD considera inadmissível que sejam afastados os empresários da Guarda que, com grande sentido de responsabilidade e dedicação à sua cidade, aqui queriam implantar um projecto de enorme relevância para a economia local e nacional», disse o líder da distrital, numa conferência de imprensa promovida pelo partido, na última segunda-feira. Álvaro Amaro sustentou ainda que «ter hotéis não é vocação do Estado», defendendo inclusive – e referindo-se ao facto da unidade hoteleira ter também uma função de escola -, que as escolas de turismo de Seia e de Manteigas têm tido «um bom desempenho» e «podem ser reforçadas técnica e financeiramente», pelo que «não é necessário criar outra, que não vai ter futuro nenhum», afirmou. «Este é um desprezo pela economia local. Numa altura de crise, de um momento para o outro, um cofre do Estado Português desembolsa 3,5 milhões de euros para comprar um hotel», recriminou o líder do PSD no distrito, lançando o repto ao executivo guardense: «Deixem que a economia privada tome conta daquilo que deve ser privado».
Presente na conferência de imprensa, o líder da concelhia social-democrata assegurou que só um concurso público «transparente e claro» pode resolver todo o processo. «Acaba-se com a suspeição de que os privados poderão não estar a ter propostas sérias porque não as formalizaram; e acaba-se com a suspeição com a Câmara, de que estamos aqui a fazer uma “negociata” prévia», disse. Afirmando que, «o Hotel Turismo da Guarda tem sido, ao longo dos anos, um exemplo de gestão ruinosa ao nível autárquico», Manuel Rodrigues sublinhou que «a política deve ser feita de transparência, de uma forma clara, no respeito pelo bem do domínio público, que é o Hotel Turismo».
Rafael Mangana 
