Nos últimos dias, passaram pela Guarda os líderes partidários dos dois partidos que, no atual quadro político e constitucional português, têm alternadamente sido chamados a formar governo.
Como tive oportunidade de escrever no artigo do mês passado, quando está em causa a defesa dos interesses e valores do nosso distrito, concelho ou cidade, devemos ter firmeza de posições, independentemente dos alinhamentos e da solidariedade político-partidária.
A respeito do dossier da maternidade tive oportunidade de, pessoal e diretamente, transmitir ao presidente do PSD (e também primeiro-ministro de Portugal) que a maternidade da Guarda deverá ser mantida e valorizada, pelas mais diversas ordens de razões (que têm sido elencadas) e até por razões políticas e administrativas. Com efeito, tendo em conta que ainda vigora a unidade territorial que são os distritos, seria o único distrito do país a ficar sem uma maternidade (Castelo Branco, por exemplo, tem duas) e, politicamente, ninguém entenderia ou aceitaria que depois da elevada confiança que o distrito da Guarda deu ao partido que suporta o governo, elegendo três dos quatro deputados, fosse este mesmo governo a retirar-lhe a maternidade.
Também, em relação às portagens (que tanto preocupam os empresários e os cidadãos), não se compreende que nesta região se paguem portagens mais caras do que nas auto-estradas do litoral. O presidente do PSD (e primeiro-ministro de Portugal) mostrou sensibilidade para estas questões, tendo acolhido, de forma positiva, a necessidade de fazer ajustamentos a este dossier, conferindo-lhe justiça e solidariedade.
Da mesma forma, houve oportunidade de clamar por solidariedade nos preços e tarifas da água e resíduos que se tornam incomportáveis para os concelhos dos nosso distrito, sendo impossível que as autarquias e os cidadãos desta região, com adversas condições orográficas, continuem a pagar preços abissalmente superiores aos do litoral. Impõe-se, nestas questões, a solidariedade nacional para com o interior.
O primeiro-ministro, ao estar presente num evento regional, quis promover uma marca e um ex-libris da zona da serra – o queijo da serra. Pena é que, em vez de se fazer eco deste aspeto positivo e relevante, tenha ecoado a vaia e a manifestação.
Realço positivamente a sensibilidade do presidente do PSD para estas questões, as quais desejamos colocar na ordem do dia apesar do contexto de austeridade e depressão que vivemos.
Do líder da oposição que passou por cá nada ouvi sobre as questões que nos preocupam. Não podemos aceitar que, como referiu a deputada Teresa Leal Coelho, quando a luta aquece, o PS desaparece.
Com efeito, o dossier das portagens foi elaborado e preparado pelo governo do Partido Socialista, tal como o foi o memorando da “troika”. Agora, volvidos apenas oito meses, este PS quer transmitir aos portugueses que nada tem a ver com o estado em que o país se encontra. A política sem ética é uma vergonha!
Por: Manuel Rodrigues
* Presidente da concelhia da Guarda do PSD