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Diabo na Cruz e na estrada

Opinião – Ovo de Colombo

A vida de músico raramente é sinónimo de extravagância e, numa altura em que a malfadada crise ainda permanece, se queremos ser lembrados e distinguirmo-nos do rol de música que parece soar toda ao mesmo, a solução é sermos nós próprios. Foi pegando nessa premissa que os Diabo na Cruz (Jorge Cruz, Bernando Barata, João Pinheiro, João Gil, Manuel Pinheiro e Sérgio Pires), desde que surgiram no panorama musical português, em 2009 (com o álbum de estreia “Virou!”) viraram por completo o preconceito que (nós, portugueses) tínhamos em relação à música cantada na nossa língua. E, aos poucos, foram conquistando o público, que cada vez mais se revia na lírica e musicalidade roque popular, com o som da braguesa sempre em fundo. “Roque Popular”, editado em 2012, passou “sem espinhas” na consolidada avaliação de segundo disco. Estavam aprovados, se dúvidas houvesse.

Sempre a aprimorar as rimas e a métrica, passaram-se dois anos. Chegou a hora de mostrarem, então, o terceiro disco de originais. Encontramos uns novos Diabo na Cruz, que baptizaram com título homónimo este mais recente trabalho, que representa a abertura de novos trilhos para o futuro. Composto por 11 canções, “Diabo na Cruz” saiu a 10 de Novembro e o primeiro single a ter airplay nas rádios foi “Vida de Estrada”. No fundo, é “a vida portuguesa na actualidade; sobre o que nos ocupa, o que nos distrai; o que nos consome”, explicou a banda em comunicado.

E é, também, a vida dos Diabo na Cruz, a vida no asfalto, a correr de terra em terra, de cidade em cidade, de concertos por este país fora… Quanto ao videoclipe de “Vida de Estrada”, já pode ser visto. Foi realizado por Joana Faria e tem animação de Maria João Carvalho. Entretanto, um segundo single já roda nas rádios. O número 2 do disco é uma animada e contagiante canção sobre “Ganhar o Dia” e tem, também, vídeo da autoria de Joana Faria.

A capa do álbum é uma afirmação da portugalidade dos Diabo na Cruz, com o nome da banda bordado a letras vermelhas sobre pano branco, por Ana Saramago. Está um disco dos Diabos!

Aqui fica o reportório de Diabo na Cruz, de 2014:

1 – Duzentas Mil Horas

2 – Ganhar o Dia

3 – Moça Esquiva

4 – Amélia

5 – Ó Luar

6 – Vida de Estrada

7 – Verde Milho

8 – Mó de Cima

9 – Azurvinha

10 – Saias

11 – Armário Da Glória

Fernanda Fernandes*

*Mestre em Comunicação e Jornalismo pela Universidade de Coimbra

**A autora optou por não escrever ao abrigo do novo acordo ortográfico

Sobre o autor

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