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Descida sob rodas no Cadafaz

Muitos carrinhos, centenas de espectadores e um novo recorde

Uns simplesmente com uma tábua e rodas, outros mais elaborados e esteticamente mais apelativos, mas todos foram construídos a pensar na diversão e adrenalina dos seus pilotos. A sexta edição da Descida em Carrinhos de Rolamentos do Cadafaz, em Celorico da Beira, realizada no último domingo, ficou marcada pelos recordes: dos carrinhos, espectadores, participação feminina e tempos realizados.

Ao todo foram 42 carrinhos e 48 participantes, repartidos pelas categorias mono-lugar e bi-lugar, primeiro em sistema de contra-relógio e depois num emocionante Grande Prémio, em que todos concorreram em simultâneo. A prova foi ganha por Victor Pinto, vindo de Oliveira de Azeméis, com o carrinho “Blue”, que também arrebatou o primeiro lugar na categoria reservada aos mono-lugares com um tempo recorde. Percorreu 2,4 quilómetros de curvas e um desnível de 200 metros em 3m04s. «O concorrente foi muito rápido, teve muita coragem e “mãos”», realça Rui Venâncio, da organização. O responsável salientou na edição deste ano as melhorias verificadas na criatividade e construção dos carrinhos, o «óptimo desempenho» dos participantes, o «elevadíssimo» número de espectadores, bem como o «enraizamento da actividade na região», que assume, cada vez mais, uma «maior projecção mediática». Por outro lado, lamenta a diminuição dos apoios privados, o que obrigará à reformulação do evento, apesar deste ano se terem batido todos os recordes possíveis. Houve mais carrinhos e participantes inscritos, mais espectadores (aproximadamente duas mil pessoas) e concorrentes femininos (seis).

Também a área geográfica de origem dos pilotos cresceu , alguns dos quais vieram da Moita do Ribatejo, Portalegre, Tondela, Oliveira de Azeméis, entre outras localidades. Finalmente, foram melhorados os tempos da descida nas diferentes categorias. «Claro que há arestas a limar, até porque este ano a procura superou a oferta e houve algumas falhas», reconhece este responsável, que já começa a pensar nas novidades para 2006, nomeadamente na possibilidade dos espectadores poderem participar na corrida em carrinhos disponibilizados pela organização «para quem quiser andar», revela Rui Venâncio.

“Blue” vence contra-relógio

A corrida começou com o Rola Bar, que transportava uma arca de refrigerantes, um chapéu de esplanada e cadeiras, só faltava mesmo a mesa do café. Depois veio um taxi verde, com a bandeira portuguesa. Entretanto, passou a meta, a grande velocidade, um autocarro com cinco lugares e logo a seguir uma banheira. Entre tantos outros carrinhos de rolamento. Bastava uma pitada de imaginação, muita coragem e equipamento: um capacete e luvas, para se descer até à Junta de Freguesia do Cadafaz.

«Passou tão rápido que nem o vi”! Quase que passava a meta», exclamou um jovem para o amigo, ambos surpreendidos com a velocidade do “Blue”. Já Maria Coelho, de 19 anos, passou mais devagar: «Isto foi muito divertido», garante a jovem. Pior terminou o número 26, que cortou a meta com o seu engenho às costas. «Isto não anda», sentenciou desanimado. Diogo Pina foi o mais jovem participante. Com seis anos, acompanhou o pai naquela aventura e estava radiante e orgulhoso quando terminou a prova. Por sua vez, Margarida Menezes, de 26 anos, natural do Cadafaz mas residente em Nelas, conduziu um carro alusivo aos seus desenhos animados favoritos, o Nodi. É a segunda vez que participa, sempre pela «aventura, emoção e diversão», revela. Promete voltar para o ano, nem que seja com o “Nodi”, mas com a roda arranjada. «Perdi-a numa daquelas curvas apinhadas de gente», conta. Quanto às classificações finais, Victor Pinto, com o seu “Blue”, venceu a categoria de mono-lugar, assim como o Grande Prémio, à frente de Armando Capelo, (Associação da Rapa) e Sérgio Monteiro (“Red Devil”). Em bi-lugar, Pedro e os 5 Magníficos bateram a concorrência com o “Autocarro II”. Já Carlos Pires arrebatou o prémio de “carrinho mais original”, com o “FTT”, enquanto o “Red Devil” de Sérgio Monteiro foi considerado o “carrinho melhor construído”.

Patrícia Correia

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