Meti-te na minha vida
Para que a pudesses percorrer.
Fiz toda a estrada contigo
Na esperança de um afago
Que não trouxeste.
Dei-te as manhãs
E quando não chegou
Vieram as tardes
Depois as noites e as fantasias.
De repente eras os sonhos,
Os reflexos nos espelhos,
Manchas nas ideias.
Eras tudo em mim,
Invólucro de ti,
Sem ganhos, sem outros ofícios,
Sem nada além de ti.
Foi quando eu era tu
Numa fusão que não percebi
Que sofri o primeiro abalo.
Foi um estalo,
Depois uma ausência e por fim
Nada.
Eras nada fora das agressões,
Eras o longe e o medo intercalado.
Fugi
E foste atrás do nada que era eu sem ti.
Fugi e vieste bater – me
Numa reconquista à chapada
Que ainda não entendi.
Por: Diogo Cabrita