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«De 10 em 10 anos há um ano assim»

Turistrela admite quebra no número de visitantes, mas afasta ideia de haver prejuízo esta época

Apesar da pouca neve, a estância de esqui Vodafone, a única do país, reabriu na última sexta-feira para alegria de alguns adeptos dos desportos de Inverno. Não tantos como aqueles que a Turistrela desejaria, mas os suficientes para darem outro colorido à Torre. De resto, a falta de neve que este ano se sentiu em Portugal originou alguma quebra, tanto no número de utilizadores da estância, como nas unidades hoteleiras da concessionária do turismo na Serra da Estrela.

Artur Costa Pais, administrador da Turistrela, adianta que, no passado fim-de-semana, a estância registou «alguma gente, mas com pouca neve não tivemos uma grande enchente». Contudo, para a época da Páscoa que se aproxima são esperadas mais pessoas, até porque «estamos a fabricar muita neve e esperamos abrir mais pistas até lá», refere. Em relação aos efeitos provocados pela falta de neve neste Inverno, Costa Pais reconhece «alguma quebra», mas afasta a ideia de haver danos financeiros: «Não há prejuízos. A época é positiva na mesma, só que os resultados não são tão vantajosos quanto o normal», realça. Nesse sentido, garante que a situação «não é alarmante», uma vez que «não era nada que não estivesse previsto» pela Turistrela. Aliás, um cenário com pouca neve como o que se verificou nesta época apenas ocorre «de 10 em 10 anos», indica o administrador, recordando que em 1994 também houve uma acentuada falta de neve. Por isso, Artur Costa Pais está confiante de que se trata de uma situação «passageira» e que para o ano voltará «tudo ao normal», não querendo adiantar números, tanto na diminuição do número de utilizadores da estância, como na ocupação das unidades hoteleiras do grupo, o Hotel Serra da Estrela e a Estalagem Varanda dos Carqueijais.

Recorde-se que, em Dezembro, a Turistrela tinha a expectativa de até Abril deste ano atingir ou superar mesmo o número de turistas do Inverno passado, que rondou os 1,5 milhões de visitantes. Tendo em mente este objectivo, a concessionária colocou ao dispor dos praticantes de esqui e snowboard, entre outros desportos de neve, mais duas pistas – havia nove –, mais dois postos de aluguer de material e cinco de venda de “forfaits”, de modo a permitir aumentar a fluidez naquela zona de lazer. Na calha, está ainda o projecto de ampliação das pistas para uma área esquiável de 40 quilómetros, através do aproveitamento das áreas esquiáveis inutilizadas, mas também na criação de mais 18 pistas entre Alvoco da Serra e Loriga. Por outro lado, estão previstas três telecabinas para a ligação Torre-Piornos, Torre-Lagoa Comprida e Torre-Alvoco da Serra.

Ricardo Cordeiro

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