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«Dar sangue é contribuir para ajudar alguém»

Cara a Cara – Entrevista

P-Como surgiu o grupo de dadores?

R – O grupo de dadores surgiu há muitos anos. Em 1982 começou a haver essa necessidade de dar uma resposta à região, mas só em 1988 é que o grupo foi formado oficialmente e tem estado em crescimento desde então. O Grupo Humanitário dos Dadores de Sangue faz a sensibilização e promoção da dádiva e da necessidade de sangue. Para já, apenas fazemos essa promoção na Covilhã, mas vamos tentar chegar a outros concelhos.

P-Que motivos estiveram na criação do grupo?

R – A primeira base é a solidariedade e o humanismo.

P- “Dar sangue é dar vida”?

R- É verdade. Dá-se sangue a quem precisa e não a quem merece. Não olhamos a credo, nem religiões nem a nada. A nossa dádiva não é dirigida a alguém em especial, mas a quem precisa.

P- Que sentimentos tem após a dádiva?

R-É muito difícil de explicar. Só quem dá é que sabe esses sentimentos. É uma sensação de extrema felicidade porque damos algo que não nos faz falta e que vai contribuir para salvar vidas. É um contentamento. Quando vamos dar sangue temos a noção de que estamos a contribuir para ajudar alguém. Sinto-me aliviado quando dou sangue.

P-Quem é que pode ser dador?

R- Todas as pessoas saudáveis, com mais de 18 anos e menos de 65, e com 50 quilos de peso. O Grupo Humanitário dos Dadores de Sangue possui actualmente cerca de 570 dadores regulares, mas temos mais de 800 inscritos e o grupo está em crescimento.

P-Que argumentos utilizam para atrair mais dadores?

R- Temos feito algumas campanhas de sensibilização. As pessoas vão passando a mensagem de que há necessidade de sangue e dessa solidariedade.

P-E as pessoas estão sensibilizadas para essa necessidade e solidariedade?

R-As pessoas estão sensíveis e reconhecem a necessidade de haver mais sangue nos hospitais, mas estão mais sensíveis quando sentem na pele.

P-O que acha da nova técnica de recolha de plaquetas?

R-A máquina já existia no hospital, faltavam apenas o “kit” e a formação para a utilizar, pelo que só iria entrar em funcionamento em Setembro. Entretanto, chegaram os “kits” e o técnico para dar formação e como já estávamos organizados e alertados para essa nova técnica, já tínhamos uma lista de 15 dadores disponíveis para testarem a nova máquina, embora tenham sido precisos apenas seis dadores. Apesar de ser um processo mais moroso em relação ao método tradicional, há a vantagem de ter plaquetas sempre à mão e quando for necessário sem ter que ir a Coimbra. É uma mais-valia em quantidade, qualidade e em rapidez de tempo na resposta ao doente. Além disso, retiram menos sangue do que com o método tradicional, porque apenas é necessária a parte das plaquetas, enquanto o resto do sangue é devolvido ao paciente.

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