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Covilhã no mapa da inovação

Semana dedicada à tecnologia, inovação e empreendedorismo vai ter periodicidade anual no Parkurbis

Cinco dias dedicados à tecnologia, inovação e empreendedorismo foram suficientes para comprovar que a Covilhã está no «mapa da inovação». Quem o afirma é Carlos Pinto, presidente do Conselho de Administração do Parkurbis – Parque de Ciência e Tecnologia da Covilhã, que recebeu durante a semana passada a iniciativa “Covilhã – Cidade Inovação”.

Uma semana que terminou com um «balanço extremamente positivo», realçou Carlos Pinto, adiantando que o evento terá uma periodicidade anual, em moldes diferentes, mas privilegiando sempre a presença de vários especialistas nacionais e internacionais. Até porque, salientou o autarca, trata-se de uma iniciativa «muito importante» não só para receber os contributos de vários especialistas, mas sobretudo para motivar a comunidade local e a “massa cinzenta” da Universidade da Beira Interior. «A inovação não é uma moda, mas uma condição fundamental para o nosso desenvolvimento», sublinhou, satisfeito por esta iniciativa ter «agitado ideias e desencadeado oportunidades» junto dos empresários locais. Daí destacar o «papel insubstituível» do Parkurbis nesta matéria, visto que disponibiliza as condições «excepcionais para conduzir ao relacionamento com outras empresas e outros mundos de inovação», o que o levou a afirmar que o «verdadeiro Plano Tecnológico está a ser implementado com realidades como o Parkurbis».

Na sua opinião, este projecto governamental «está fora do mapa da inovação», pois é apenas «um plano de intenções». Ao contrário do Parkurbis, onde já há empresas. «Não somos apenas um projecto de papel», sustentou Carlos Pinto, esperando agora que o Governo olhe «com atenção» para o parque tecnológico, nomeadamente no que toca aos meios financeiros. Sobre o assunto, Arminda Neves, representante de Carlos Zorrinho, apenas disse que é um «plano de desenvolvimento nacional», pelo que todas as iniciativas serão «bem-vindas». Das dezenas de intervenções e projectos apresentados nesta semana destaca-se o “Smart Cities 2007”, que visa equipar as cidades com banda larga e as mais recentes tecnologias de informação e comunicação, ao qual a Covilhã será candidata. Por outro lado, foi assinado um protocolo entre o Parkurbis e a API Capital (Agência Portuguesa para o Investimento), em que esta se compromete a apoiar o empreendedorismo de base tecnológica e a internacionalização das empresas sediadas no Parkurbis. Não se trata de atribuir financiamentos, mas de «garantir disponibilidade para olhar com todo o profissionalismo para os planos de negócios e ideias inovadoras, na perspectiva de as poder concretizar com o apoio de capital de risco», esclareceu Fernando Lima, presidente demissionário da API Capital.

Parkurbis recebe finlandeses este mês

O Parkurbis vai receber a 20 e 21 deste mês uma equipa de especialistas do Parque Tecnológico de Oulu (Finlândia), que apresentarão estratégias de internacionalização. O evento é destinado essencialmente a docentes, investigadores e alunos da UBI, bem como a empresários locais, e é consequência do protocolo de cooperação celebrado entre a Câmara da Covilhã e aquele município finlandês em 1999 e do qual nasceu o actual Parkurbis. Para Carlos Pinto, esta iniciativa poderá trazer «mais-valias», visto que o parque finlandês é um dos «modelos com mais sucesso nas relações com os Estados Unidos». Inaugurado em Setembro de 2005, o Parkurbis conta já com 13 empresas instaladas ou em fases de integração, estimando-se que possa ter até ao final do ano duas dezenas de empresas em funcionamento.

Veículos sem condutor nas ruas da Covilhã

Veículos autónomos, sem condutor e totalmente controlados por computador, vão percorrer as ruas da Covilhã no segundo semestre deste ano. Concebidos pelo Laboratório de Automática e Sistemas do Instituto Pedro Nunes, de Coimbra, os protótipos estiveram em demonstração na semana passada no Parkurbis, no âmbito da “Covilhã – Cidade Inovação”.

O carro já foi testado em Coimbra em 2004, mas a ideia passa agora por englobar um conjunto de oito viaturas iguais em ambientes urbanos. O local e a data ainda estão por definir, prevendo-se igualmente a realização de um “workshop” para debater soluções de mobilidade nas cidades do futuro. O CyberCar é uma viatura ecológica, desenhada para pequenas viagens a uma baixa velocidade. Controlado por sensores, usa a electricidade como fonte de energia e necessita apenas de uma rede “wireless” para funcionar. Tem capacidade para quatro pessoas e alguma bagagem, deslocando-se a uma velocidade máxima de 10 quilómetros por hora. Os passageiros só têm que seleccionar o destino pretendido. A iniciativa, agendada para o Verão, surge no âmbito da rede europeia “Connected City”, a que pertencem o Instituto Pedro Nunes e a Câmara da Covilhã. A “cidade neve” é, de resto, o único município português nesta rede, criada para pensar e desenvolver soluções de mobilidade ecológicas em ambiente citadino. Para Pedro Farromba, director-executivo do Parkurbis, esta presença e a candidatura ao concurso “Smart Cities” poderá dar à Covilhã um «carimbo de diferenciação», ideal para atrair investimentos nas novas tecnologias.

Liliana Correia

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