Decorreu esta manhã, na Assembleia da República, a audiência da Comissão Parlamentar do Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação, onde foi abordada a concessão da exploração mineira da Serra da Argemela, no concelho da Covilhã.
Estiveram presentes os presidentes das Câmaras Municipais da Covilhã e do Fundão, da União de Freguesias Barco e Coutada, das Juntas de Freguesia de Silvares, Lavacolhos, e a professora Maria do Carmo Mendes, primeira subscritora da petição que solicita a adoção de medidas com vista à preservação da serra da Argemela, contra a extração mineira. A posição dos autarcas foi clara e contestam totalmente a atribuição de licença de exploração mineira na Argemela.
Vítor Pereira afirmou hoje perante a Comissão a necessidade de «sopesar as vantagens de natureza económica, social e as implicações no que diz respeito aos dados colaterais de uma exploração mineira. Estamos a falar de uma exploração a céu aberto, em socalcos, com recurso a explosivos e processamento de minerais com substancias tóxicas». Para o autarca são reais as preocupações quanto à contaminação dos lençóis freáticos, dos cursos de água e dos solos agrícolas.
O edil covilhanense frisa mesmo que o Rio Zêzere, situado na proximidade da área a concessionar, «vai desembocar à Barragem de Castelo de Bode, que como todos sabem, abastece Lisboa». «Lutamos por mais investimento na nossa região, mas não é sedutora uma exploração desta natureza. Empregos sim, mas não a qualquer custo. Temos o direito de preservar a nossa paisagem e propiciar saúde e felicidade às nossas populações. Trocar uma montanha verdejante por uns quilos de minério? Não, obrigado», concluiu o autarca.