A Assembleia Municipal (AM) da Covilhã, reunida na passada sexta-feira, deliberou criar uma comissão para elaborar uma proposta no âmbito do novo mapa administrativo do concelho.
O grupo de trabalho será constituído por três deputados do PSD, dois do PS e ainda pelos eleitos do Bloco de Esquerda e do CDS, além de três presidentes de junta sociais-democratas e dois socialistas. Já a CDU recusou fazer parte deste processo, por não querer integrar o que consideram ser «comissões liquidatárias». A ideia da criação desta comissão partiu do líder da bancada laranja, Bernardino Gata, a propósito da nova lei que prevê a extinção de dez freguesias no concelho, sendo que a Assembleia Municipal pode apresentar um projeto que reduza esse número para oito. O social-democrata considera que este grupo de trabalho «é o melhor caminho para todas as freguesias do concelho», sublinhando que «está nas nossas mãos minimizar os efeitos negativos da lei».
Do lado do PS, José Miguel Oliveira afirmou que o partido «é, por princípio, contra a extinção de freguesias no mundo rural», mas manifestou «disponibilidade para uma negociação, caso as populações do concelho sejam ouvidas», sendo que é nessa expectativa que os socialistas vão integrar o grupo de trabalho. O PS considera ainda «uma falácia» o facto de que só o consenso vai minorar os efeitos negativos da aplicação da lei. Sobre a reorganização administrativa, os socialistas recordam que «o governo quer extinguir 1.000 a 1.500 freguesias e se a Covilhã contribuir com quatro já é suficiente para este peditório». A comissão apresentará conclusões numa das próximas reuniões da AM. Carlos Pinto, presidente da Câmara, já garantiu que a autarquia só se pronunciará sobre esta matéria depois de conhecer a proposta da Assembleia, da qual espera «um consenso alargado».
