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«Comunidade impede municípios mais pequenos de ficarem desgarrados do desenvolvimento»

Carlos Pinto, Presidente da Câmara da Covilhã

«Continuo a considerar que se não constituirmos uma comunidade com o máximo de municípios dos dois distritos ficaremos a perder e baterão palmas os centralistas, aqueles que não acreditam na região, que acham que Lisboa deverá continuar a ter preponderância nas nossas decisões». É desta forma que o presidente da Câmara da Covilhã volta a defender a necessidade de uma Comunidade Urbana entre os distritos da Guarda e Castelo Branco (a sul da Gardunha), para que a Beira Interior possa ter peso de reivindicação junto do Governo.

«A minha posição é a mesma de sempre. Não tenho andado a flutuar ao sabor dos ventos, com dúvidas sobre o que é melhor para a região», critica, referindo-se evidentemente aos autarcas da Guarda e de Castelo Branco, que até agora ainda não se decidiram sobre o melhor modelo para a região: se Associações Intermunicipais ou Comunidades Urbanas. «É preciso constituir uma comunidade com o máximo de municípios, com um peso territorial significativo e diferenciação dentro da comunidade, com pólos urbanos e rurais», defende Carlos Pinto. É este tipo de estrutura que pode «fazer a nossa afirmação» e impedir que «os municípios mais pequenos fiquem desgarrados do desenvolvimento, aproveitando esta oportunidade de beneficiar daquilo que os municípios maiores podem conseguir para a região nas negociações com a administração central», alega o edil. «Interrogo-me se Portugal teve medo de aderir à União Europeia, onde estão os países mais fortes. Só beneficiámos disso. Porque é que aqui há-de ser diferente? Se tivermos uma variedade de situações regionais e municipais constituiremos uma coisa que para mim é a solução», garante o autarca.

Para além disso, como explicou num artigo publicado na última edição de “O Interior”, caso os municípios da região se constituam em Associações Intermunicipais não terão força para competir com as Grandes Áreas Metropolitanas (GAM) de Coimbra, Leiria e Viseu. «É evidente para mim que o Governo vai ter de abrir mão de orçamentos contratualizados com estas GAM, como a lei prevê, para grandes projectos e acções em domínios tão diversos como infraestruturas, desenvolvimento económico, saúde e educação. Que fazemos nós, neste contexto, com coisas irrelevantes como eventuais intermunicipais recauchutadas, sucedâneos de associações de municípios de fraco capital realizador», alerta. Até porque a constituição de uma Comunidade Urbana forte poderia levar a cabo grandes obras para a região, como a auto-estrada para Coimbra, a Plataforma Logística da Guarda ou até o novo hospital da “cidade mais alta”, considera o presidente, dizendo-se «empenhado» para que esta comunidade «possa ter lugar e se constitua o mais rápido possível».

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