A Comissão de Utentes Contra as Portagens no Itinerário Principal 5 (futura A25) vai simular este mês quanto terão de pagar os veículos de mercadorias para viajar naquela estrada caso o Governo decida avançar com as portagens. A iniciativa foi anunciada terça-feira em conferência de imprensa e segundo Francisco Almeida, um dos elementos da comissão, irá desenvolver-se amanhã, em Mangualde, e no dia 30, na fronteira de Vilar Formoso. «Vamos distribuir um pequeno documento onde se dirá, por exemplo: se entrou na Guarda e se dirige a Aveiro, se tivesse de pagar portagens custar-lhe-ia “x”», afirmou, explicando que os preços irão basear-se naqueles que estão em vigor na A1. Segundo aquele responsável, entre Albergaria e Porto, cerca de 60 quilómetros custam 2,80 euros, valor que não será suficiente para viajar da Guarda a Viseu. Será também entregue aos condutores um autocolante com a inscrição “Não às portagens no IP5” e a indicação do sítio da Internet IP5@contraportagens.com, que a comissão pedirá que coloquem na parte traseira dos camiões. Circulam actualmente no IP5 cerca de 75 por cento das mercadorias que entram e saem do país por via terrestre. Para o dia 30 foi escolhida propositadamente a fronteira de Vilar Formoso, porque assim poderão também ser sensibilizados «os muitos emigrantes que se deslocam para Portugal de férias». Até ao início de Agosto está também agendada a realização de bancas para recolha de assinaturas do abaixo-assinado lançado em Abril e que até segunda-feira à tarde foi subscrito por 10.622 pessoas. No documento pode ler-se que a introdução de portagens naquela estrada «é profundamente prejudicial e injusta para a economia e as populações dos distritos da Guarda, Viseu e Aveiro», uma vez que as estradas nacionais 16 e 17 não podem ser consideradas alternativas, porque estão «num permanente estado lastimável». Francisco Almeida referiu que o documento já foi subscrito por 99 Juntas de Freguesia, 16 Câmaras e 99 organizações, colectividades e associações, entre as quais a Associação Empresarial da Região de Viseu, a Federação dos Transportes Rodoviários e as uniões dos sindicatos dos três distritos. O abaixo-assinado será entregue em Outubro à Assembleia da República e ao Governo.
