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Cidade de Pinhel

Editorial – Suplemento

Pinhel recebeu o seu primeiro foral por D. Sancho I, mas seria a outorga do novo foral em 1510, por D. Manuel, que confirmaria a maioridade e relevância da cidade no panorama regional. A partir do séc. XVI surgiram na cidade edifícios civis e religiosos que denunciam uma época áurea desta localidade. Provavelmente o melhor tempo de Pinhel. São desse período todo um conjunto de monumentos e edifícios de grande interesse patrimonial e arquitetónico.

Pinhel está rodeado de paisagens profundas e um horizonte inalcançável: colinas, planaltos, montes… A Serra da Marofa, a norte, impõe-se no horizonte, mas é o Côa que marca o território. As Terras de Riba Côa carregadas de história e lendas, de fortalezas e pelourinhos, de aldeias de uma traça beirã característica e enorme beleza. Os contrastes pintam a paisagem, entre o território inóspito e carregado de tradição em Cidadelhe (que pode vir a ser integrada no programa “Aldeias Históricas”) à marca de trabalho intenso nas pedreiras das Freixedas, dos casarões de Souropires à tradição sapateira de Alverca da Beira, da presença dominadora das oliveiras nas Encostas do Côa, das amendoeiras, e das vinhas em Pala ou em Valbom, o concelho tem tantas diferenças e contradições, tanta cor, que o arco-íris é presença quase constante nos vinhedos que marcam as vistas.

Por Pinhel, e muito para além dos solares e casas senhoriais, do mel, da amêndoa, das extravagantes e únicas “Cavacas de Pinhel”, da rica gastronomia, das histórias e de Falcão, há vinho. Muito vinho. E se houve um tempo em que o vinho de Pinhel, estanque, não acompanhou as mutações, os sabores e paladares aromáticos dominadores, por modas e enologias, hoje o vinho de Pinhel renasce para se afirmar entre os néctares dos deuses. Como nos diz Rui Ventura, o jovem presidente da Câmara, nas páginas seguintes, o século XXI será de Pinhel por culpa das muitas opções que estão a ser tomadas para afirmar a cidade, por culpa do reaparecimento de fábricas de calçado, por uma aposta em pequenas empresas industriais, pela recuperação de serviços, pela afirmação da Feira das Tradições (que terá uma casa própria em breve), pela aposta no turismo e por culpa de uma nova vida dos vinhos de Pinhel.

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