Arquivo

Centro de Estudos Ibéricos debate saúde

Ciclo de conferências vai debater doze temas actuais até Maio do próximo ano

O Centro de Estudos Ibéricos (CEI) inicia amanhã o primeiro ciclo de conferências intitulado “Saúde sem Fronteiras”. Ao longo de um ano e de doze temas, vários especialistas das Faculdades de Medicina das Universidades de Coimbra e Salamanca virão à Guarda debater os assuntos mais pertinentes da actualidade, alguns deles com evidente repercussão política, como será o caso das sessões dedicadas à Sida e à Gestão da Saúde e da Doença. A iniciativa, que conta com o apoio das diversas Ordens do sector, visa o intercâmbio de conhecimentos e experiências dos profissionais da Saúde em Portugal e Espanha.

O ciclo começa por debater a “Cultura, Saúde e Doença”, com os professores Manuel Quartilho (Univ. de Coimbra) e Carreras Panchón (Univ. de Salamanca), na sala de sessões da Assembleia Municipal, nos Paços do Concelho da Guarda. E prossegue ao ritmo de uma conferência por mês, com duas comunicações por sessão, até Maio de 2005, onde serão abordados temas como a Gerontologia, Sinistralidade, Sexualidade, Sida, Formação, Ética e Genética, mas também Nutrição, Vacinação, Qualidade na Saúde, novos desafios da Farmacologia e Enfermagem, para terminar com uma conferência dedicada à Gestão da Saúde e da Doença. Na sessão de apresentação, Álvaro Guerreiro, presidente em exercício da Câmara da Guarda, disse que com esta iniciativa o CEI afirma-se como o «veículo próprio» para que o saber científico seja divulgado e partilhado entre os dois países. «Este conhecimento enriquece todo este território uno, culturas próprias mas perfeitamente entrosáveis», referiu o autarca, enquanto Santos Rosa, da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, destacou a «acutilância» dos temas escolhidos. «Infelizmente, em Portugal ainda se prefere gerir a doença em vez da saúde», considerou, exemplificando com o caso da Sida, apelidando Portugal de «oásis negro» por apresentar as piores taxas da Europa. Paz Bouza, representante da Universidade de Salamanca, destacou, por sua vez, a importância dada ao evento do outro lado da fronteira, de onde vêm oradores de «elevado nível». Já Reis Pereira, presidente do Conselho Distrital da Guarda da Ordem dos Médicos, considerou ser necessário actuar cada vez mais ao nível da profilaxia: «É preciso passar a palavra para que todos, incluindo o poder político, assumam que a prevenção da doença é mais importante que o tratamento», disse, lembrando que a tuberculose está novamente a aumentar em Portugal.

Sobre o autor

Leave a Reply