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Centro de Diálise da Beira Interior abre em Setembro na Covilhã

A primeira clínica da “cidade neve” pretende satisfazer as necessidades de 120 doentes do concelho e do Fundão

Abre já no próximo mês a primeira unidade de hemodiálise da Covilhã. Depois dos doentes deste concelho e do Fundão terem percorrido muitos quilómetros para fazerem os tratamentos em Coimbra ou em Lisboa, surge finalmente uma iniciativa privada mais próxima.

A clínica está quase concluída, faltando apenas «alguns arranjos finais», explica Fernando Jorge, patologista e um dos três sócios da empresa «exclusivamente» privada que decidiu levar por diante um projecto há muito desejado na região. A inauguração está marcada para Setembro, mas ainda não existe dia certo, uma vez que vai depender da finalização dos trabalhos. Esta nova unidade de saúde está situada junto ao campus da Faculdade de Medicina e é considerada por aquele médico, e membro da administração, como «indispensável» para toda a região do interior do país. Numa primeira fase, o Centro de Diálise da Beira Interior, assim denominado, irá receber 80 doentes, embora se proponha admitir mais 40 numa segunda fase, perfazendo um total de 120 utentes. Fernando Jorge reconhece que esta estrutura não vai ter capacidade para tratar todos os doentes renais da Covilhã e Fundão, uma vez que os dois concelhos somam mais de 100. «A lista de espera ultrapassa a nossa capacidade», refere o médico, lamentando que a nova clínica não venha dar resposta a todas as necessidades, embora saliente que, mesmo assim, resolverá «muitos problemas» em ambos os concelhos.

Daí que Fernando Jorge defenda que o melhor é começar já a pensar numa segunda unidade que possa admitir «todos os doentes da região», até agora obrigados a irem três vezes por semana fazer os tratamentos nas unidades da Guarda, Lisboa e Coimbra. Todavia, o centro de hemodiálise da “cidade mais alta”, o único até agora na Beira Interior, já está «super lotado», adianta Fernando Jorge, lembrando que foi construído para receber apenas 80 pacientes de insuficiência renal. Mas, como a procura aumenta dia após dia, acabou por ser remodelado para poder admitir 120 e trata actualmente 160 doentes. «Não consegue ter nem mais um», garante o patologista, garantindo que até os doentes da Guarda já estão a ir para Coimbra para efectuarem o tratamento. Algo que o preocupa, pois «isso acontece três vezes por semana» com duração mínima de quatro horas, explica. «É um verdadeiro transtorno para os próprios doentes e para as famílias», sublinha.

O Centro de Diálise da Beira Interior surgiu pela mão de três sócios que, «sem qualquer subsídio», criaram a empresa “Ibero Imagem”, proprietária das instalações. Esta efectuou um acordo com o líder mundial de produção e instalação de equipamentos em centros do género, a “Trangénicos Alemã”, do qual nasceu a verdadeira empresa que vai explorar aquele espaço: o Centro de Diálise da Beira Interior. De referir que a hemodiálise é um procedimento que filtra o sangue, através do qual são retiradas substâncias que deveriam ser expelidas pela urina e quando em excesso trazem prejuízos ao corpo, como a ureia, potássio, sódio e água. Os doentes que perderam a função renal possuem hoje três métodos de tratamento, que substituem a função dos rins: a diálise peritoneal, a hemodiálise e o transplante renal.

Rita Lopes

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