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Centenas no assalto ao castelo

Primeira Feira Medieval do Artesão em Belmonte animou zona histórica da vila

Belmonte trajou a rigor e recriou uma viagem ao passado, que durou todo o fim-de-semana, concentrando no Largo do Castelo barraquinhas, gastronomia e muita animação, com o bulício dos mercados de outros tempos, a música da época e as bandeirinhas, tudo a condizer com o ambiente medieval. A I Feira Medieval do Artesão contou com a presença de dezenas de artesãos de todo o país das mais diversas actividades e produtos típicos da região.

A Aldeia Histórica de Belmonte, que ostenta este título há pouco mais de um ano, pretendeu sobretudo oferecer uma viagem ao passado e promover o seu património naquela que promete ser a primeira de muitas feiras medievais, organizada pela Empresa Municipal para o Desenvolvimento Económico e Social (EMDES) do Concelho de Belmonte. Segundo João Gaspar, presidente da empresa, o evento correu «muito bem, tendo superado as expectativas». Por isso, será uma iniciativa «a continuar» no próximo ano, assegura o responsável, acrescentando que vai ser necessário «fazer alguns melhoramentos», para aperfeiçoar a qualidade da feira. A monumentalidade do castelo e a própria história da vila foram alguns dos ingredientes que ditaram o sucesso do evento, considera o presidente da EMDES. O ponto alto deste encontro com a Idade Média ocorreu no sábado à noite com o assalto ao castelo, protagonizado pela companhia de teatro Viv’Arte, de Oliveira do Barro. Uma reconstituição que envolveu três mil pessoas, sublinha João Gaspar. Actores vestidos a rigor recriaram um episódio histórico com a batalha entre portugueses e espanhóis, adivinhando-se, ao cair da noite, o tão esperado ataque. O assalto final aconteceu mesmo, já perto da meia-noite, debaixo de fogo de artifício que iluminou e surpreendeu todos os intervenientes.

Para além deste momento apoteótico, a primeira Feira Medieval do Artesão foi também animada pelas 32 barraquinhas instaladas à volta do castelo com o melhor artesanato e petiscos da região, dando outro colorido ao evento. Ferreiros e cesteiros mostraram ao vivo a sabedoria de outros tempos no Largo do Castelo, junto a outros produtos artesanais, como o mel, bijutarias, miniaturas, venda de licores, móveis, entre muitos outros. Na tarde de domingo, os visitantes puderam ainda experimentar alguns jogos da época, como o tiro ao arco, que fizeram sobretudo as delícias dos mais novos. Para que esta viagem histórica ficasse completa, também a ementa servida no recinto remontou ao passado. Aliás, nesta primeira edição a alimentação do século XVII era um dos atractivos do evento. Por isso o cardápio da “Taverna D’El Rei” contemplava porco assado no espeto, acompanhado por arroz de feijão, regado com vinho da região ou sangria, entre outros produtos locais, como o queijo da serra ou os enchidos. Um manjar da época servido, com pompa e circunstância, em pratos de alumínio e com colheres de pau, numa tenda com mesas e cadeiras de madeira. Contudo, na segunda edição, que já está planeada e que deverá realizar-se por esta altura do ano, «vai haver uma maior aposta nos locais de alimentação», promete o responsável, visto que eles foram «escassos» este ano.

Patrícia Correia

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