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Joaquim Lacerda reconduzido no Governo Civil da Guarda

Em funções desde Maio de 2002, actual Governador tinha posto o lugar à disposição após a queda do anterior Governo

Joaquim Lacerda, que tinha colocado o lugar à disposição após a demissão de Durão Barroso, foi quinta-feira reconduzido no cargo de Governador Civil da Guarda. O último Conselho de Ministros deliberou, por proposta do ministro da Administração Interna, reiterar a confiança a todos os Governadores Civis actualmente em funções. Joaquim Lacerda já tinha confirmado, no final de Julho, a “O Interior” ter manifestado a Daniel Sanches a sua disponibilidade para continuar no lugar que ocupa desde Maio de 2002.

O antigo autarca de Aguiar da Beira foi escolhido para o Largo Frei Pedro sem grande contestação. Número quatro da lista social-democrata às últimas legislativas, homem de confiança do todo-poderoso Dias Loureiro, seu conterrâneo, e antigo provedor da Santa Casa da Misericórdia da vila, a longa carreira de Joaquim Lacerda como presidente da Câmara de Aguiar da Beira ao longo de 17 anos, entre finais dos anos 80 e a década de 90, tendo ainda assumido a presidência da Assembleia Municipal, valeu-lhe o reconhecimento dos seus pares social-democratas do distrito. Uma nomeação que aconteceu numa altura em que o professor regressou à vida política activa após um interregno de cerca de cinco anos. Joaquim Lacerda entrou para a política e a autarquia Norte do distrito pela mão do CDS (após o 25 de Abril, foi o segundo autarca eleito), assumindo posteriormente a bandeira do PSD estendida por Marília Raimundo. Voltou a ganhar notoriedade ao aceitar ser mandatário da candidatura de Fernando Andrade à Câmara de Aguiar da Beira, mas sobretudo ao ocupar um prestigiante quarto lugar na lista de candidatos a deputados do PSD pelo distrito. Nada anódina, a sua presença, ultrapassando alguns barões com pretensões aos lugares da frente, demonstrou o peso de Dias Loureiro no aparelho laranja.

O seu nome acabou por ser uma imposição menos dolorosa que a de Vasco Valdez, ao mesmo tempo que calou alguns críticos de Ana Manso. Na altura, a líder da distrital não lhe poupou elogios: «É um histórico do partido no distrito e um nome consensual junto de autarcas e concelhias do PSD. É, por outro lado, uma pessoa extraordinária, com uma competência acima de qualquer suspeita e uma capacidade de trabalho que são garantes de uma maior dignificação do cargo», disse. Contudo, algo mudou desde o tempo em que o PSD assumia a vontade em extinguir este lugar-chave da administração pública portuguesa. Actualmente já não se sabe muito bem o que pretendem para o futuro dos cargos dos representantes do Governo nos distritos, mas é certo que o seu fim não deverá ocorrer nesta legislatura.

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