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Carta ao presidente da Câmara da Guarda a propósito do rio Noéme

Exmo. senhor presidente da Câmara Municipal da Guarda

Venceu por estes dias o primeiro ano do contrato que estabeleceu com os guardenses. Neste ano de mandato referiu-se por uma vez à poluição do rio Noéme em março de 2014, no âmbito de uma reunião de Câmara que realizou na freguesia de Panóias. Não tem o SMAS, serviço que tutela, respondido às questões que lhe são colocadas sobre a data de entrada em funcionamento da Estação-Elevatória da Quinta da Granja. Por estes dias, em declarações à Rádio Altitude, referiu que há «terras de ninguém» no protocolo e dinheiro a menos para resolver o problema. Refere bastas vezes nessas declarações que conversa com a Águas do Zêzere e Côa sobre o assunto mas nunca refere o causador das descargas poluentes.

Não lhe vamos perguntar o que fez este ano para resolver o problema. Sabemos a resposta: nada de prático! Sabemo-lo nós e os que conhecem o rio Noéme. No dia 1 de novembro ocorreu uma descarga poluente; no passado dia 15, quando foi ao Rochoso, se o tivessem levado à ribeira ou tivesse querido ver, testemunharia o mesmo que nós: um manto de espuma a cobrir as águas do rio. Não se evitam as descargas poluentes para minimizar o problema: proíbem-se, intervém-se, chama-se a polícia quando ocorrem.

Continua a menorizar os cidadãos com expressões como «não vou entrar aqui em discussões técnicas». Entre, apresente os factos, torne público esse protocolo e deixe os cidadãos avaliar o problema. Não se escude em quadros comunitários. Não espere que haja dinheiro para a despoluição do rio. Impeça as descargas poluentes destruindo a canalização que despeja no rio. Resolva o problema que foi para isso que foi eleito. Até quando deixará que isto continue a acontecer?

Márcio Fonseca, editor do blogue “Crónicas do Noéme”

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