A Câmara do Fundão classificou como imóvel de interesse municipal a Capela de S. Pedro, um monumento milenar parcialmente em ruínas na freguesia da Capinha. Uma decisão aprovada na última reunião do executivo e que constitui o primeiro passo na preservação daquele monumento, embora Manuel Frexes, presidente do município, ainda não adiante o que vai ser feito em concreto. O edificio remonta ao período Alto-Medieval (séculos X e XI), tendo sido edificado por reaproveitamento de material de construção romano, correspondente, ao que se presume, a um primitivo edifício religioso. Segundo estudos técnicos da autarquia, este será um dos templos cristãos mais antigos do distrito de Castelo Branco. O historiador medievalista Manuel Luís Real, por seu lado, afirma que a Capela de S. Pedro se inserirá «no mesmo horizonte histórico-cultural da basílica de Idanha-a-Velha, o que lhe confere uma importância que pode classificar-se de âmbito nacional». A antiguidade e a localização do templo – numa zona de fronteira da reconquista cristã – «justifica plenamente a sua classificação como Monumento Nacional», considera, lembrando que a Estação Arqueológica da Tapada de S. Pedro, onde está localizada a referida capela, é um dos mais importantes arqueossítios romanos da região, tendo ali sido descobertos três monumentos epigráficos e muitos outros vestígios da civilização romana.
