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“Cantar os parabéns” ao Hospital em defesa da Maternidade

Toda a população está convocada para a festa de aniversário do Hospital de Sousa Martins, na Alameda de Santo André

Hoje, pela manhã, as crianças do pré-escolar da Guarda vão cantar os “parabéns” ao Hospital Sousa Martins, que comemora 99 anos. Às 18 horas, junta-se toda a população aos festejos, na Alameda de Santo André, próximo do Parque da Saúde. Aproveitando esta data, os vários movimentos de cidadãos da Guarda, que têm promovido iniciativas em defesa da maternidade, decidiram unir esforços e assinalar simbolicamente o aniversário do Hospital com um protesto pela manutenção daquele serviço.

A partir das 11 horas, algumas centenas de crianças, acompanhadas pelas suas educadoras, vão cantar os “parabéns”, na Alameda de Santo André, e provar o bolo de aniversário, com mais de três metros de comprimento. À tarde, a partir das 18 horas, será a vez de toda a população se concentrar no mesmo local e cantar também os parabéns. «O importante é as pessoas estarem presentes e manifestem o seu desejo para que o Hospital se mantenha como um todo e que nenhuma valência seja encerrada, para que todos possamos continuar cá a viver com qualidade», realça Sofia Monteiro, do Movimento de Utentes. A porta-voz do Movimento deixa ainda uma questão no ar: «A qualidade dos serviços dos grandes hospitais será a mesma quando estiverem entupidos de doentes?». Esta é mais uma iniciativa para reivindicar o não encerramento da maternidade, que conta com a colaboração de todas as associações ou movimentos que já promoveram acções em defesa daquele serviço. «Reunimos e consideramos que seria a altura de conciliar esforços e de estarmos juntos nesta iniciativa», explica Sofia Monteiro.

«As crianças são a prova mais que provada de que nasceram na Guarda, estão com saúde e alegres, por terem nascido nesta cidade», acrescenta Mota da Romana, do Movimento Cívico. O professor recordou ainda que «a Guarda tem uma longa tradição na saúde, antes ainda do Sousa Martins, no tempo de Marquês de Pombal, já havia o Hospital da Misericórdia». Por seu lado, Honorato Robalo, da União de Sindicatos da Guarda, promotora do cordão humano pela Maternidade, espera que «para o próximo ano, os 100 anos constituam um pilar fundamental na existência quer administrativa, quer financeira, que permaneça como Hospital Sousa Martins, e não como o Governo pretende, como um Centro Hospitalar». Já segundo Luís Reis, da Associação Académica da Guarda, os estudantes, «na sua maioria nem são da Guarda, mas somos solidários com esta causa, porque estamos na Guarda, gostamos da Guarda e não queremos ver a cidade a morrer». A iniciativa conta também com o apoio da Rádio Altitude.

Nos últimos meses as acções de protesto contra o encerramento da maternidade têm-se multiplicado, desde a campanha da fralda, a abaixo-assinados, vigílias até à serenata, passando pelo cordão humano. De resto, há pouco tempo, à semelhança de outras autarquias, o edil guardense, Joaquim Valente admitiu tomar «todas as diligências» para devolver a sala de partos à cidade. O autarca «não exclui» o recurso ao Tribunal nem «qualquer outra tomada de posição» se for avante a «decisão absurda do fecho da maternidade».

Patrícia Correia

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