Ao quarto dia de competição surgiu a primeira vitória para ciclistas portugueses na 69ª edição da Volta a Portugal em bicicleta. O autor da proeza foi Cândido Barbosa (Liberty Seguros), que cumpriu os 176,3 quilómetros entre Idanha-a-Nova e Gouveia em 4:43:12.
À semelhança do que acontecera na véspera, a vitória foi decidida ao “sprint”, com o português a superiorizar-se à concorrência, deixando Danail Petrov (Benfica), em segundo, e David Blanco (Duja-Tavira), em terceiro. O camisola amarela, Martin Garrido, foi o 15º a cortar a meta, terminando com o mesmo tempo do vencedor. «As vitórias alimentam. Esta vitória foi espectacular. A equipa esteve ao seu melhor nível e trabalhou muito das Penhas Douradas para a frente», afirmou Cândido Barbosa, que ultrapassou Alexandre Ruas em triunfos na corrida portuguesa (17), elogiando ainda o seu “lançador”, o espanhol Hector Guerra. Desiludido, mas feliz pela prestação, estava o jovem André Cardoso (Fercase-Rota dos Móveis), um dos fugitivos do dia, num grupo que chegou a ter cerca de 15 minutos de vantagem, mas que foi “caçado”, já sozinho, quase na meta. «Ser caçado a 300 metros da meta é não ser recompensado por todo o trabalho que fizemos. Talvez até conseguisse a camisola amarela se fosse só a LA-MSS a puxar, mas a Liberty forçou e o meu sonho caiu por terra. Fui até onde me deixaram ir», disse o corredor gondomarense de 22 anos.
Para José Azevedo, chefe-de-fila do Benfica, a quarta tirada (entre a Guarda e Santo Tirso) deverá proporcionar «as primeiras diferenças» por ser «bastante selectiva, embora não vá decidir nada». Apesar da discussão ao “sprint”, a terceira etapa da prova – a primeira, denominada por “etapa zero”, foi um prólogo – começou já a causar fracturas no pelotão, com os principais “sprinters” a perderem mais de 10 minutos. Apesar das dificuldades do dia, com uma contagem de montanha de primeira categoria e uma de terceira, o argentino Martin Garrido conseguiu passar ileso e conservar a camisola amarela. O corredor da Duja-Tavira mantém os seis segundos de vantagem sobre Xavier Tondo e os sete sobre o duo formado por Hector Guerra e Tiago Machado, este o melhor português na geral individual. Paride Grillo foi um dos que sentiu as dificuldades da etapa que terminou em Gouveia, e perdeu quase sete minutos, descendo para o 79º posto da classificação geral. Nos 10 primeiros, destaque já para a presença de alguns dos principais nomes da prova, com Cândido Barbosa (5º), David Blanco (6º), Oscar Sevilla (8º), David Bernabeu (9º) e José Azevedo (10º) a juntarem-se a Hector Guerra (3º) no ataque à liderança de Martin Garrido.
